Os nadadores-salvadores das praias de Quebra Canela, Prainha e São Francisco, na Praia, disseram hoje que “a maioria dos banhistas não respeita" a sinalização das bandeiras nas praias de mar, comportamento que leva a “perigo constante”.
Na sequência de várias mortes no mar nesta época do ano, a Inforpress abordou nadadores-salvadores e banhistas como Alberto Monteiro, nadador-salvador, para quem os banhistas não respeitam nem as bandeiras, nem o trabalho que fazem para salvar vidas.
“Muitas vezes chamamos atenção das pessoas para não entrarem no mar, ficam revoltadas, sobretudo os jovens, e quando acontece algo de perigo procuram a nossa ajuda”, avançou, apelando a mais atenção para se evitar alguma fatalidade.
Ainda mais, indicou, todos os dias o mar está agitado, sobretudo nesta época, no período da manhã e no final do dia, mas assegurou que isso não é levado em conta, considerando que a educação é essencial para o comportamento de cada um dos indivíduos.
“Mesmo que muitos não respeitem, há ainda alguns banhistas que levem em conta”, precisou, reforçando que logo quando chegam procuram os nadadores-salvadores para se informarem do estado do mar.
Por seu lado, Paulo César, que pratica a actividade de aluguel de equipamentos nas praias, compartilhou a mesma opinião de que a maioria não sabe o significado das bandeiras e não pede informações, e nem como respeitá-las.
Contou que já testemunhou uma mãe com seu bebé num local com altas ondas e que chamou atenção da mesma, mas que não resultou, porque, segundo relatou, esta ficou furiosa, afirmando que vai proteger a sua cria e que sabe a hora de se retirar.
Por outro lado, criticou os nadadores-salvadores que muitas vezes ficam distraídos com certos comportamentos de risco de pessoas no mar que podiam ser evitados se estivessem com mais atenção.
Neste particular, defendeu que é preciso mais profissionalismo desses profissionais nas praias de mar, de modo a chamar mais atenção dos banhistas quando o mar “não está bom”.
O jovem Ailton Andrade, frequentador assíduo das praias do mar, disse à Inforpress que respeita as bandeiras, informando que na hora de relaxar na areia constata alguns comportamentos inadequados das pessoas, que não se importam com o estado do mar. “Muitos chegam ao mar e entram sem verificar", afiançou.
Uma outra entrevistada, Isabel Correia, frisou que apesar de hoje em dia existir muitas informações nas redes sociais, e não só, as pessoas não se estão a importar com o mar, sublinhando que transgridem a sinalização das bandeiras.
“A maioria que tem estes comportamentos são banhistas que já sabem nadar e constituem maiores vítimas por sentirem seguros, que já sabem nadar e vão mais longe, e acontece essas tragédias”, sublinhou.
Neste sentido, apelou a mais atenção e segurança, aconselhando as pessoas a optarem por outras actividades de lazer nesta época, evitando ir às praias, já que tem havido relatos de tragédias, especialmente na cidade da Praia.
Por fim, a jovem emigrante Jhaira Semedo, em férias, disse que sempre toma atenção e que tem cuidado na hora de observar a cor da bandeira.
Todos os entrevistados são unânimes de que é preciso "mais atenção" das pessoas antes de entrarem no mar.
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