A presidente da Rede das Mulheres Parlamentares Cabo-verdiana (RMPCV) disse hoje que três artigos da Lei da Paridade vão ser alterados ainda no decorrer desta legislatura.
Lúcia Passos, que falava aos jornalistas na manhã de hoje, na cidade da Praia, no final do encontro com a vice-presidente do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Janine Lélis, no âmbito da implementação do plano de advocacia para o cumprimento da Lei da Paridade nas eleições autárquicas de 2024, sublinhou que a revisão desses artigos constitui uma prioridade para a rede.
“Temos três artigos a ser revistos, temos a questão da alternância da lista, o artigo 5 sobre da aceitação e gestão das listas que tem de ser clara, e o artigo 9 que dá à rede a responsabilidade de fazer a fiscalização do cumprimento da lei da paridade, mas não dá o mandato de denunciar em caso de os partidos políticos não cumprirem com a lei”, apontou.
A ideia, segundo a presidente da rede, é fazer essas alterações ainda durante esta legislatura, mas disse estar ciente de que tem pouco tempo para trabalhar já que a lei exige o engajamento de todos os partidos políticos, ou seja dois terços da votação.
Lúcia Passos assegurou que vão trabalhar para um consenso nacional, mas realçou que caso a lei não seja alterada durante este mandato vão fazer todo o trabalho que a mesma exige para que os artigos sejam revistos na próxima legislatura.
A Lei da Paridade foi aprovada a 31 de Outubro de 2019 pela maioria qualificada dos parlamentares, com 35 votos a favor do MpD e 27 do PAICV, contra três votos da UCID.
A Lei da Paridade de Género tem por objectivo ultrapassar “os níveis insuficientes” da participação política e representação das mulheres em “cargos electivos e outros cargos de decisão”, tanto ao nível do poder central, como do poder local.
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