O procurador-geral da República anunciou hoje a criação de uma equipa para o “combate urgente” à criminalidade urbana na capital e restaurar tranquilidade nos bairros, face ao aumento de assaltos e conflitos entre grupos criminosos. Situação que, segundo Luís José Landim, relembra os "níveis críticos" registados em 2021.
O anúncio foi feito à margem da abertura de uma formação especializada em Digital Forense, Investigação Digital e Policiamento de Proximidade, promovida no âmbito de uma cooperação técnica entre o Governo, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONUDC) e a Polícia de Roterdão (Países Baixos).
Segundo Luís José Landim, a equipa já iniciou os trabalhos com recolha de dados, identificação de suspeitos e preparação de medidas processuais, incluindo mandados de detenção.
O objectivo, conforme avançou, é restaurar a tranquilidade nos bairros da capital, à semelhança do que aconteceu em 2021, quando uma força semelhante obteve “resultados satisfatórios”.
“A criminalidade organizada transnacional preocupa-nos, sim. Mas neste momento, a criminalidade urbana na Praia exige uma resposta urgente. A população tem de colaborar, mesmo de forma anónima, para que as autoridades possam actuar de forma eficaz”, apelou.
O procurador indicou ainda que a mesma estratégia será aplicada na ilha de São Vicente, com o intuito de garantir segurança aos residentes e turistas.
Relativamente aos cerca de 600 processos que o Tribunal de Contas terá remetido ao Ministério Público nos últimos cinco anos, Luís José Landim afirmou não poder confirmar esse número, mas reconheceu limitações no sistema.
“Há casos que chegam tardiamente, já próximos do prazo de prescrição, o que dificulta a responsabilização. Estamos a reforçar os meios humanos e a articulação com o Tribunal de Contas para dar melhor seguimento aos processos”, garantiu.
A formação em curso decorre de 05 a 09 do corrente e reúne magistrados do Ministério Público, agentes da Polícia Nacional e investigadores da Polícia Judiciária, num reforço conjunto das competências em áreas tecnológicas e de policiamento comunitário.
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