Morreu o antigo deputado e ministro da Administração Interna Lívio Lopes
Sociedade

Morreu o antigo deputado e ministro da Administração Interna Lívio Lopes

O antigo deputado da nação eleito pelo círculo eleitoral do Fogo e Ministro de Administração Interna Lívio Fernandes Lopes faleceu na noite de sexta-feira, 26, no Hospital Universitário Dr. Agostinho Neto, na Cidade da Praia.

Originário da localidade de Patim, zona sul da cidade de São Filipe, Lívio Fernandes Lopes era muito estimado e admirado pela sua comunidade, desde os mais jovens aos mais adultos, graças à sua maneira peculiar como tratava todos.

Lívio Fernandes Lopes, formado em direito pela Faculdade de Direito de Macau, era quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros e, no final da década de 80, juntamente com outros estudantes de Patim e arredores, fundou na Cidade da Praia a associação Amigos de um Berço Comum, ABC de Patim, que até hoje desenvolve as suas equipas em vários sectores.

Dirigente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Lívio Fernandes Lopes, antes de ter sido eleito deputado da Nação, foi diretor do Gabinete de Desenvolvimento Regional ligado ao projeto da cooperação alemã.

Enquanto deputado presidiu a comissão especializada dos assuntos jurídicos e constitucionais da Assembleia Nacional e autor do livro de reforma do parlamento intitulado “Parlamento cabo-verdiano – Os fundamentos de uma Reforma” editado em 2014.

Foi ministro da Administração Interna no Governo de José Maria Neves e presidiu o Conselho da Administração da Agência de Regulação Económica (ARE).

Além da vertente política, Lívio Fernandes Lopes foi um homem da cultura e de letras com várias composições gravadas por intérpretes foguenses como Augusto Mendes Pires “Talulu” e muitos escritos sobre as manifestações culturais da ilha e tinha anunciado a publicação de um livro de literatura relacionada com a ilha, mas que a morte acabou por adiar.

Nas redes sociais são muitas as manifestações de pesar pela partida, algo repentina, de Lívio Fernandes Lopes.

Júlio Correia, por exemplo, escreveu na sua página que perdeu “um amigo leal” e que a ilha perdeu um “foguense total e um cabo-verdiano exemplar” acompanhado de um extrato da composição “mulata mansa” de Lívio Lopes.

Da comunidade de Patim, quer dos residentes como da imensa diáspora tem chegado, através das redes sociais, diversas manifestações de pesar pela partida de uma pessoa comprometida com a ilha.

Manuel Andrade Gomes, “camarada” de partido e amigo, escreveu que Patim o torrão natal dos dois está de luto e que irá guardar para sempre a memória de Lívio Fernandes Lopes.

O secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro Lourenço Lopes aproveitou as redes sociais para manifestar o seu pesar pelo passamento físico de Lívio Fernandes Lopes.

“A partida de Lívio Lopes representa uma perda irreparável para todos aqueles que tiveram o privilégio da sua amizade e convívio. Perdemos um bom amigo e servidor público de primeira água”, escreveu Lourenço Lopes que além de endereçar condolência à família, aos foguenses e cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora publicou também a composição “memória” escrita em Março de 2019 por Lívio Lopes e dedicado à sua mãe.

O ABC de Patim, emitiu um comunicado a dar conta do falecimento do seu fundador Lívio Lopes.

“O homem que lutou por importantes causas e pessoas e faz parte do grande desenvolvimento da nossa equipa e associação, Amigos de um Berço Comum. A todos os familiares, amigos e colaboradores, os nossos mais sinceros sentimentos”, refere a nota de pesar.

O mesmo documento sublinha ainda que Lívio Lopes foi um exemplo de vida e fonte de inspiração por todos aqueles que tiveram a honra e o prazer de conhecê-lo e acrescentou que “a todos os que tiveram o privilégio de estar com o Lívio Lopes, fica a lembrança de uma pessoa determinada e com espírito de solidariedade”.

O presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, Fábio Vieira, disse que foi “veemente apunhalado” com a triste notícia do falecimento de Lívio Lopes, antigo ministro da Administração Interna com quem teve a oportunidade de trabalhar alguns anos.

“Lívio Lopes era um ser humano excecional e de fino trato. Era um homem destemido, de poucas palavras, multifacetado e portador de uma visão disruptiva e de futuro”, escreveu na sua página nas redes sociais e sublinhou ainda que a ilha ficou mais pobre e que “não há braços nem abraços” que os acalentem perante tamanha dor”.

O colectivo de Santiago Magazine endereça aos amigos e familiares de Lívio Lopes (colaborou com este jornal) as mais sentidas condolências.

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