Afinal, o contrato de Rosana Almeida como presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género só terminaria em 2023 e não agora, como disse o ministro de Estado, Família e Inclusão Social, às antenas da TCV, para justificar a demissão da jornalista.
A polémica demissão de Rosana Almeida continua a trazer novidades. O ministro de Estado, Família e Inclusão Social, Elisio Freire, explicou a saída da jornalista da presidência do ICIEG alegando o fim da comissão de serviço. Ora, de acordo com os documentos consultados por Santiago Magazine, o contrato de Rosana Almeida cessaria em 2023 e não agora como assumiu Elisio Freire.
Na verdade, Rosana foi contratada em 2016 como presidente do ICIEG para um mandato de três anos renováveis. Ou seja, assim que o primeiro contrato terminou a renovação foi automática e assumida por ambas as partes.
Sucede que, depois de criticar a utilização da sua imagem pela candidatura de Carlos Veiga à presidência da República, Rosana Almeida foi “convidada” a deixar o ICIEG. Ela garante que a sua posição não tem nada a ver com política e faz até questão de referir que o seu comentário era para se demarcar de qualquer candidatura presidencial, sem atacar ninguém em particular.
Seja como for, a demissão surpresa de Rosana Almeida aconteceu logo após a sua declaração a criticar um video de Carlos Veiga a utilizar a sua imagem de figura pública e jornalista mais popular de Cabo Verde.
O vídeo, divulgado na página “O Lembrador”, contém excerto de uma notícia do Telejornal de TCV, onde a então jornalista e pivôt Rosana Almeida anuncia a informação, reforçada mais tarde pelo próprio José Maria Neves a defender que o Presidente deveria estar do mesmo lado que o Governo.
O curto despacho, assinado pelo Ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, diz o seguinte: “é dada por finda o contrato de gestão de Rosana Almeida, no cargo de Presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género, nos termos da alínea d) do nº 2 do artigo 31, do Decreto-lei nº 59/2014 de 4 de novembro, com efeito a partir de 7 de novembro de 2021”.
Rosana, obviamente, não gostou e reagiu solicitando o posicionamento da Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARC) e do Instituto da Protecção de Dados. “Estou estupefacta com a utilização da minha imagem neste post com tons eleitoralistas. Não autorizei e nem autorizo por considerar abusiva o recurso à minha imagem tirada do telejornal da Televisão de Cabo Verde seja para que candidatura for. Espero posicionamento da #ARC e do Instituto de Proteção de Dados #IPD”, denunciara.
Criado em janeiro de 1994, como Instituto da Condição Feminina, mudou a designação para Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) a 10 de julho de 2006.
Rosana Almeida assumiu a presidência do ICIEG em 2016.
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