Um avião particular aterrou esta manhã, 19, no aeroporto internacional da Praia com oito cabo-verdianos deportados dos Estados Unidos da América, acusados de vários crimes graves.
O aparelho, jacto Gulfstream-4 com matricula N1925M, chegou à Praia às 8h45m desta manhã vindo do aeroporto Luis Muñoz Marion, em San Juan, no Porto Rico, um território das Caraíbas pertencente aos Estados Unidos, de onde terão saído ontem.
A bordo estavam oito cidadãos cabo-verdianos, com idade entre os 20 e 40 anos, que terão sido repatriados pela administração americana ao país de origem, conforme asseguraram fontes ligadas ao processo. Devido à confidencialidade do processo, nenhuma autoridade confirmou a chegada destes repatriados, acusados de diversos crimes cometidos nos EUA.
Mas fontes de Santiago Magazine garantem que os oito passageiros do GLF-4, que ainda está estacionado no aeroporto Nelson Mandela juntamente com os agentes do ICE (Immigration and Custom Enforcement, ou seja, Imigração e Fronteira dos EUA), são cabo-verdianos deportados. Sabe este diário digital que a Polícia Judiciária esteve no local para receber esses indivíduos, os quais serão identificados e depois encaminhados para a residência dos seus familiares nas diferentes ilhas de origem.
Antes, serão submetidos a um acompanhamento personalizado, a fim de serem integrados num programa de reinserção de modo a evitar ou reduzir uma eventual contaminação do seu modus operandi na sociedade cabo-verdiana. Só depois serão colocados junto das suas famílias, conforme o programa de repatriamento acordado com os EUA.
Os EUA já repatriaram para Cabo Verde, ao longo dos tempos, centenas de cabo-verdianos. Em Janeiro de 2017, o presidente norte-americano, Donald Trump, fez aprovar uma nova lei anti-imigração nos EUA em que, além dos casos de crimes graves, indocumentados dos mais diversos países seriam devolvidos aos países de origem. Cabo Verde receberia, a partir de então, uma deportação massiva de 400 cidadãos crioulo-descendentes e emigrantes ilegais nos EUA, processo esse liderado pelo ex-embaixador do país em Washington, Carlos Veiga.
Ao todo, desde os anos 1990 já foram deportados mais de 1300 cabo-verdianos, com destaque para os dos EUA e, a longa distância, repatriados vindos de Portugal e França, segundo dados oficiais.
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