Cidadãos pobres e dos meios rurais em desvantagem para acederem ao ensino à distância
Sociedade

Cidadãos pobres e dos meios rurais em desvantagem para acederem ao ensino à distância

Os cidadãos pobres e dos meios rurais estão em desvantagem significativa para acederem às plataformas de e-learning (ensino à distância), disponibilizadas pelo Governo em relação à maioria dos cabo-verdianos, para acompanharem os estudos durante a pandemia da covid-19, revela pesquisa da Afrobarometer.

Em comunicado de imprensa enviado à Inforpress, este estudo ressalta que “muitos cabo-verdianos têm acesso a ferramentas para e-learning durante a pandemia da covid-19 como as televisões, rádios, telemóveis, e computadores, mas as gentes dos meios rurais e os pobres estão em desvantagem significativa”.

O estudo aclarou que a maioria dos telemóveis em utilização no País tem acesso à Internet, e a maioria dos cidadãos utilizadores permanece online todos os dias, mas que existem grandes diferenças entre as áreas rural-urbana e a pobreza na propriedade de dispositivos, acesso à Internet, e uso da Internet.

Apesar de Cabo Verde ser referenciado como o quarto País mais alfabetizado em África, esta pesquisa revela que os cidadãos pobres e dos meios rurais podem enfrentar dificuldades em acompanhar os estudos à distância através das plataformas disponibilizadas.

Ainda assim, concluiu esta observação que “a maioria dos cabo-verdianos possui ou tem acesso em suas casas a telemóveis (96%), televisões (92%), e rádios (72%), que quase metade (48%) possui ou tem acesso em casa a computadores.

Os agregados familiares economicamente mais abastados são consideravelmente mais propensos do que os mais pobres a possuir esses dispositivos, pois que economicamente os mais abastados têm cinco vezes mais chances de ter computadores do que aqueles com alta pobreza vivida (69% vs. 14%).

Entre os entrevistados que possuem telemóveis, de acordo com a pesquisa, mais de três quartos (78%) dizem ter telefones com acesso à Internet, sendo que a propriedade de smartphones é consideravelmente maior entre os entrevistados mais ricos e os urbanos.

Ainda, de acordo com a fonte, 55% dos cabo-verdianos usam a Internet “todos os dias” contra 26% dos que dizem que “nunca” fica/permanece online, razão pela qual, “o uso diário da Internet é duas vezes mais comum entre os mais ricos que entre os mais pobres (68% vs. 31%).

O Afrobarometer define-se como uma rede de pesquisa pan-africana e apartidária, que fornece dados confiáveis sobre experiências africanas e avaliações de democracia, governança e qualidade de vida.

Sete rodadas de pesquisas, explicita a missiva, foram concluídas em 38 países entre 1999 e 2018, que sublinham que “as pesquisas da oitava rodada em 2019/2020 estão planeadas em pelo menos 35 países.

Liderada pela Afrosondagem, a equipa do Afrobarometer em Cabo Verde entrevistou 1.200 adultos cabo-verdianos entre 8 e 22 de Dezembro de 2019, sendo que esta amostra gera resultados ao nível do País com uma margem de erro de +/- 3 pontos percentuais com 95% de intervalo de confiança.

Pesquisas anteriores em Cabo Verde foram realizadas nos anos 2002, 2005, 2008, 2011, 2014, e 2017.

Com Inforpress

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