No centro da polémica estão a loja Fantastic Island Lda e o Yes Restaurante e Bar. Uma nota emitida pela Câmara Municipal da Boa Vista, no dia 27 de fevereiro, a que este diário digital teve acesso, exige que os proprietários devolvam os referidos empreendimentos comerciais até 9 de Março. Com esta medida, cerca de 20 trabalhadores vão perder o emprego, sem falar dos proprietários que ficarão com compromissos bancários e laborais por resolver.
As proprietárias da Fantastic Island Lda, Maria dos Santos Ramos e Domingas Varela, e a gerente da Yes Restaurante Bar, Isalita Maria Andrade, procuraram Santiago Magazine para denunciar este caso, que classificam de "uma afronta e abuso do poder da autarquia boa-vistense," porquanto a Câmara Municipal não apresentou qualquer alternativa para os seus negócios.
Segundo essas senhoras, em Julho de 2019 a Câmara Municipal da Boa Vista lhes informara que até o dia 16 de Setembro deveriam entregar o espaço, por causa das obras de requalificação na praça Santa Isabel, situada no centro histórico da Cidade de Sal Rei. Na ocasião, as visadas manifestaram o seu descontentamento, por não lhes terem sido apresentada qualquer alternativa por parte da CM.
Entretanto, os tempos foram passando e chegado o mês de Setembro de 2019, as obras não começaram, e continuaram a trabalhar normalmente, sem que os responsáveis municipais lhes dissessem nada. Até que no passado dia 27 de fevereiro recebem uma carta com ordem de despejo para o dia 9 de março.
Os arrendatários dizem que esta medida irá mexer com os seus compromissos pessoais e financeiros, nomeadamente com o banco, funcionários com contratos por tempo indeterminado, pelo que querem uma alternativa.
A loja de souvenir, Fantastic Island Lda, conta com 22 anos de exploração e tem 3 funcionários fixos. Yes Restauração e Bar conta com 8 anos de exploração, tem 17 funcionários, dos quais 11 com contrato por tempo indeterminado.
Segundo os interlocutores deste diário digital, a Câmara Municipal “recusa-se a discutir qualquer acordo, porque segundo a opinião do seu assessor jurídico a autarquia está a atuar conforme a Lei.”
No dia 3 de Março, Santiago Magazine enviou um e-mail à Câmara Municipal da Boa Vista a solicitar a sua reacção sobre as reivindicaçõies das proprietárias dos dois empreendimentos comerciais, mas até hoje, dia 6 de Março, não obteve resposta.
Na cidade de Sal-Rei muitos questionam esta decisão da autarquia. Sobretudo no capítulo da oportunidade. Neste momento, a ilha está a passar por uma grande crise turística provocada pelo coronavírus, pelo que, havendo dinheiro, muitos defendem que "deviam ser aplicados na criação de condições higiénicas" e outras "para prevenir a epidemia".
Por outro lado, tendo em conta o papel da autarquia no domínio da promoção de negócios e emprego, muitos se dizem "surpreendidos com a pouca visão da Câmara Municipal em não procurar uma alternativa para esses dois empreendimentos comerciais", que são muito procurados pelos turistas.
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