A Boa Vista vai ganhar um aterro municipal, uma das medidas da edilidade boavistense para resolver o problema do lixo na ilha das dunas. A primeira fase do projeto deve arrancar nos próximos dias, avançou o presidente da Câmara Municipal, José Luís Santos.
O saneamento e o problema do lixo na Boa Vista é um dos grandes desafios da equipa camarária de José Luís Santos, para quem a solução passa por “limpar as cidades e os povoados”, ter uma população com uma maior consciência ambiental, mas também por projetos mais estruturantes como a construção de um aterro municipal.
O arranque das obras para a edificação desta infraestrutura está previsto para os próximos dias, informa o edil boavistense. Um projeto que, no entender do autarca, irá melhorar a gestão dos resíduos sólidos e melhorar a imagem de uma ilha turística e que recebe semanalmente milhares de turista.
Aterro é um método no qual o lixo é comprimido através de máquinas para diminuir o seu volume. O lixo é empurrado e amassado sobre o solo (compactação) e posteriormente coberto por uma camada de areia, de forma a minimizar odores, evitar incêndios e impedir a proliferação de insetos.
A construção de um aterro não é a melhor solução, no entender de José Luís dos Santos, mas é a mais viável neste momento: “temos de evoluir para outras soluções mais sustentáveis, mais amigas do ambiente”. A autarquia inclusive tem reunido com vários parceiros, incluindo o governo para a tomada de melhores soluções.
A título de exemplo, recentemente, a edilidade foi convidada a participar num evento em Paris, França, sobre um sistema de tratamento de lixo a combustão, mais amigo do ambiente e com a possibilidade de usar os resíduos produzidos pela combustão na energia.
Na Boa Vista não há um tratamento correto dos resíduos. Na ilha funciona uma lixeira a céu aberto, que recebe toda a espécie de lixo e de todas as localidades do município. Para agravar a situação, a produção do lixo hoteleiro é maior do que de toda a população local.
O funcionamento da lixeira municipal tem sido muito criticado há vários por constituir uma ameaça à saúde pública. Antes de sua vedação, no local residiam várias pessoas que viviam do lixo que recolhiam. Um homem, inclusive, foi morto à facada em julho de 2013, durante uma rixa. José Vaz morou na lixeira por cinco anos.
Em 2015, a morte de mais de 400 porcos na lixeira municipal deixou a ilha das dunas de quarentena, por decisão do Governo. Especialistas em vigilância epidemiológica portugueses estiveram na ilha a investigar as causas das mortes e inspecionar as carnes suínas comercializadas. As causas da peste suína não chegaram a ser divulgadas.
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