Governo em pânico & sem capacidade de respostas*
Ponto de Vista

Governo em pânico & sem capacidade de respostas*

Este Governo não merece um segundo mandato! É flagrante a sua incapacidade e falta de preparação para dar respostas que o país precisa.

Na Sessão de Junho, aquando da discussão das medidas de combate a COVID, quando milhares de trabalhadores viviam com 35% do salário pagos pela entidade patronal durante 3 meses consecutivos porque o INPS não estava a conseguir pagar os 35% decretados por lei e o Governo e o MPD recusavam a inclusão de mais trabalhadores no regime de LAYOF, questionei a burocracia no acesso a crédito pelas empresas e no pagamento dos trabalhadores, e perguntei ao Governo e outros sujeitos parlamentares, quem de nós teria experimentado viver apenas com 35% dos nossos salários, quem teria experimentado viver com menos, porque apenas tínhamos visto as dificuldades nas outras pessoas. Na verdade Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Logo na sessão de Julho, o Governo decidiu retaliar e cortar o orçamento da Assembleia Nacional, cortando nos subsídios de deslocação dos Deputados ao círculo eleitoral, obrigou a que os Deputados noutras ilhas permanecessem nas ilhas para diminuir custos de deslocação e mitigar efeitos de contágio, cortou nas deslocações das comissões especializadas para fiscalizar a ação governativa, cortou a participação dos deputados nas missões externas, cortou os subsídios para consulta externa, cortou verbas dos grupos parlamentares para apresentação de iniciativas legislativas.
Entretanto, o Governo e o MPD recusaram que o corte fosse feito na ordem dos 20% ou 30% no salário dos titulares de cargos políticos conforme proposta dos Deputados, como forma de abranger o Presidente da República, os Deputados, os Membros do Governo, Os Presidentes das Câmaras municipais e vereadores; o Governo e o MPD recusaram ainda que que fossem cortados os subsídios de arrendamento de 70 mil escudos concedido a todos os Membros do Governo, presidentes de câmaras e membros da mesa da Assembleia Nacional e líderes parlamentares que mesmo habitando Casa Própria, ainda recebem 70 mil escudos mensais de subsídios de renda da própria casa, quando a milhares de cabo-verdianos são pedidos sacrifícios.

Na verdade, o governo não queria que os sacrifícios pedidos a todos os cabo-verdianos atingissem o governo e aos seus presidentes de câmaras que continuaram a acumular privilégios.

Hoje, quando vejo enormes delegações do governo a deslocar entre as ilhas para inaugurar meio calçadão na Ilha do Sal, para levar 4 violas à ilha do Fogo e um BOX na brava ou para ir reanunciar as promessas refogadas a São Vicente que não foram cumpridas neste mandato, vejo que a estratégia do Governo era simplesmente tirar a fiscalização parlamentar do terreno, eliminar a possibilidade de deputados visitarem os seus círculos Eleitorais e contactarem com o eleitorado, para poder, sem controle parlamentar, alocar todos esses recursos tirados ao parlamento para a sua deslocação e estadia entre as ilhas numa vergonhosa antecipação de campanha.

Entretanto, como o governo sozinho não consegue para pintar de bonito esta má-governação, aproveitaram a oportunidade para consolidar o Presidente do Parlamento como delegado do MPD na instituição, para se deslocar às ilhas de São Vicente e Santo Antão, para prestar esse serviço patético de tentar falsear a realidade e continuar a enganar os cabo-verdianos.

Estamos a caminhar a passos largos para o pior cenário desta crise, um cocktail de aumento descontrolado da propagação da doença, encerramento das empresas e empobrecimento do sector privado, aumento de desemprego, diminuição de salários e rendimentos e um governo fraco, em pânico e sem capacidade de respostas.

Artigo original publicado pelo autor no facebook

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