A frase "temos que nos acostumar com o novo normal” e outras tantas citadas nos círculos normais em nossa sociedade, refletem a dimensão implícita ou explícita de um universo absolutamente novo e implicante, que o dito "novo normal" terá sobre as vivências mais simplistas, ou complexas, na dinâmica individual e da sociedade em geral.
As alterações psíquicas, sociológicas e políticas, entram na lista das mais acentuadas, com consequências sem precedentes. Somam como fatores determinantes e estruturais no panorama discreto do universo social, intrassocial e individual.
A faceta pessoal, econômica e estrutural, poderão ser das mais profundas e causadoras de danos, que poderão não ser tão visíveis. Contudo, os seus efeitos implícitos e profundos não podem ser ignorados. O lado individual da pandemia pode propiciar nuances sem precedentes nas relações familiares, profissionais e sociais, com resultados patológicos.
Compreender essa dimensão é crucial para sabermos que medidas mais assertivas devem ser implementadas. O caminho reflexivo, econômico e psiquiátrico da pandemia se torna uma tarefa profundamente controversa, para não dizer, ambígua.
As posições assumidas perante o absolutismo da pandemia, serão inequivocamente questionáveis na dimensão global. As respostas psíquicas e econômicas, visivelmente ambivalentes, retratam um quadro questionável. Isto é, no campo das respostas satisfatórias ao combate, segurança econômica, políticas de resposta e unanimidade científica. Os reflexos de uma humanidade em desalento, perplexidades acentuadas e respostas global ineficientes.
A face desconhecida e sombria, entra no rol das páginas refletidas nas entrelinhas das dores. Sem gritos audíveis e lágrimas visíveis. Os reflexos dramáticos da pandemia, prescrevem de um modo inequívoco o silêncio nos bastidores do psiquismo.
Ninguém em sã consciência deveria ignorar as complexidades devastadoras do novo tempo que a humanidade atravessa. Normalidade é apenas uma utopia, o mundo nunca mais será igual. A travessia no deserto precisa ser bem-feita, com decisões profundamente humanas, perspicácias políticas extraordinárias. Devem fazer parte deste "novo normal" decisões equilibradas e politicas de inclusão em todos os níveis.
"O novo normal", pode ser um eufemismo sociológico ou político. Está certo que os desafios presentes representam um quadro desconhecido, mas previsível. O pragmatismo positivo deve superar o paradigmatismo radical. O futuro é uma incógnita, mas é do caos que emerge um novo tempo e uma nova virada.
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