...mantenham a esperança, vai chegar o dia em que poderemos celebrar em pleno o dia do município, o dia de todos nós, o dia da Ilha do Sal, sem barracas, com habitação de qualidade para cada cidadão, com salários dignos para os trabalhadores do turismo, com hospital e sistema de saúde de qualidade, com universidade de qualidade, baixo custo de vida, pobreza zero, com os terrenos e as salinas de pedra de lume devolvidos ao município, com as salinas de Santa Maria devolvidas ao município e uma geração inteira resgatando o amor pelas CHUVAS.
O dia do Município é sempre um dia de regozijo. Lamentavelmente, ainda não chegou o ano em que poderemos celebrar plenamente o dia do município como um dia de todos nós, um dia de celebração daquilo que de melhor temos em comum – A ILHA DO SAL.
A nossa diversidade de pensamento, uma riqueza de uma dimensão inquestionável, ainda continua nos dividindo, nos tornando inimigos, ao invés, de nos ajudar a escolher as melhores soluções para a nossa comunidade.
Criamos uma relação de amor e odio, imagine-se, com as chuvas. Uma bênção, porque nos alimenta, mas se ela vier, constitui um grave problema para MILHARES DE FAMILIAS a quem sonegamos o direito básico à habitação condigna, a quem sonegamos o direito a um salário condigno mesmo produzindo tanto para esta indústria que por alguma razão é apelidada de galinha dos ovos de ouro, independentemente do estado em que se encontra atualmente.
Mas, mais ainda, enquanto estamos aqui a bebericar cocktails, a saborear petiscos e jogando conversa fora, aqui ao lado, crianças foram para cama sem comer ontem à noite, ainda não tomaram o pequeno almoço e vivem atemorizadas com a chuva que se transformou num espectro contra o qual rezamos a deus todos os dias.
A situação que se vive na ilha do Sal é complicada, os prognósticos não são bons. É absolutamente importante que abandonemos os discursos e o jogo político e centremos as nossas atenções nas soluções que esta nação precisa para debelar esta crise que está aqui para ficar.
O Desenvolvimento é coletivo. Significando que por um lado ele tem de beneficiar a todos os munícipes sem exceção, e por outro lado, baseia-se na diversidade de pensamentos e propostas que devem englobar as soluções. Isso significa que vencer as eleições não é o mesmo que receber uma carta branca para se fazer o que nos der na telha.
Todas as forças políticas, o Governo, os Deputados Nacionais, os Eleitos Municipais já admitiram a necessidade de TODOS darem o seu contributo, e é, obviamente, a atitude que se impõe. Se temos de sobreviver, temos de sobreviver enquanto nação e aqui nós não pretendemos nos demitir das nossas responsabilidades e do nosso direito em participar ativamente exercendo um dever cívico que temos a certeza, não se limita ao simples deposito do voto nas urnas.
Este é o nosso papel, é a nossa responsabilidade que vem sendo validada por uma franja que cresce firmemente dos munícipes da Ilha do Sal e pretendemos continuar a assumir esta responsabilidade para lá do horizonte desta legislatura.
Caros eleitos Municipais.
A Transparência é um recurso de desenvolvimento. Não podendo, portanto, ser apenas um adereço que se exibe em discursos convenientes, quando o que se exige é a responsabilidade perante a utilização dos recursos públicos em coerência com a qualidade de vida predominante nas nossas comunidades e obviamente o respeito pela lei.
E é isso que pretendemos acautelar quando solicitamos informações à Câmara Municipal. É em nome da TRANSPARÊNCIA que a cidadania, através dos seus Deputados Municipais vem desde janeiro solicitando informações à Câmara Municipal que, é preciso dize-lo claramente, com a conivência da Mesa da Assembleia Municipal, vem sistematicamente sonegando informações de capital importância para que os Deputados Municipais possam fazer o seu papel de fiscalização da atividade Municipal tal como é requerido por lei.
Tais informações nos permitem aferir as decisões tomadas em direção ao cumprimento do Plano de Atividades aprovado nas Sessões desta Assembleia, fornecendo informações importantes para embasar a nossa atuação enquanto deputados municipais representantes dos munícipes da ilha do Sal.
Cidadãos da Ilha do Sal.
Será que o poder político partidário pretende com isto ganhar controlo indevido sobre as nossas vidas? Não estarão as instituições publicas, perigosamente instrumentalizadas, a ponto de colocar em causa os direitos liberdades e garantias que devem ser invioláveis? O que tanto se esconde, quando até a mesa da assembleia municipal se remete ao silencio deixando por responder questões dos munícipes que, por lei representam?
Como justificar que a mesa da assembleia se remeta ao silencio com o zombar e ridicularizar dos munícipes que vieram colocar as suas questões nesta casa que os deve representar, pelos próprios deputados municipais da situação?
A ilha do Sal é um património comum, não dependemos da autorização de ninguém para tecermos as nossas considerações sobre os caminhos a seguir de forma coletiva, tal como reconhecemos a todos o mesmo direito de o fazer sem que sejam destratados em praça publica por dirigentes e eleitos municipais como se vem assistindo ultimamente, dirigentes e eleitos municipais que por lei nos deve representar a todos.
De facto, ainda não chegou o ano em que poderemos celebrar plenamente o dia do Município do Sal, também por estas razões.
A ilha do Sal, caros munícipes, é uma ilha pequena, as mudanças climáticas e o equilíbrio ecológico têm de entrar de forma definitiva para o nosso pensamento estratégico. A sustentabilidade ambiental tem de começar a guiar as nossas opções. Continuar a ignorar os impactos ambientais em favorecimento dos objetivos do lucro é um luxo que está destruindo o nosso ecossistema, comprometendo o futuro das gerações atuais e vindouras.
Quinze minutos de imersão pelas maravilhas da reserva natural de serra negra é muito mais edificante, muito mais estimulante do que 2 ou 3 minutos de adrenalina. Afinal que tipo de produto queremos privilegiar? Qual o sentido de se formar guias de natureza, se vamos oferecer as nossas reservas naturais às diversões importadas? Porque não oferecer aquilo que de facto temos?
Não existe sustentabilidade social sem sustentabilidade ambiental. É utopia, é tapar o sol com peneira, é transferir o problema para quem vier lá à frente, um ato da mais vil, covardia.
Assim como também não existe sustentabilidade social, quando ignoramos as próprias leis que nos regem enquanto sociedade. A proposta de investimento em parcela daquela reserva natural é ILEGAL, esta camara e esta assembleia tem de ter um papel inequívoco neste tipo de situação sempre defendendo o interesse comum, que neste caso é a preservação do nosso ecossistema.
Serra Negra terá de ser um marco importante na transição para uma nova era em que a cidadania estará fazendo forte oposição ao abuso do poder e às decisões arbitrárias, um papel originalmente atribuído a esta assembleia, mas que por alguma razão teima em não assumir.
Ainda não chegou o ano, portanto, em que poderemos celebrar plenamente o dia do Município do Sal, também por estas razões.
Não poderiamos terminar esta intervenção sem dirigir uma palavra de esperança ao munícipe salense e dizer que nós estaremos sempre aqui. Defendendo ferozmente a justiça social, a igualdade de oportunidades, a transparência, a autonomia do homem, a verdadeira liberdade, a verdadeira democracia, lutando por cada cidadão desta ilha, por cada centímetro desta ilha.
Apesar das circunstâncias, mantenham a esperança, vai chegar o dia em que poderemos celebrar em pleno o dia do município, o dia de todos nós, o dia da Ilha do Sal, sem barracas, com habitação de qualidade para cada cidadão, com salários dignos para os trabalhadores do turismo, com hospital e sistema de saúde de qualidade, com universidade de qualidade, baixo custo de vida, pobreza zero, com os terrenos e as salinas de pedra de lume devolvidos ao município, com as salinas de Santa Maria devolvidas ao município e uma geração inteira resgatando o amor pelas CHUVAS.
Viva a Ilha do Sal
SAAL – SOCIEDADE EM ACÇÃO PARA A AUTONOMIA E LIBERDADE
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