O que está acontecendo com o Dr. Rui Araújo com os seus PRAIA LEAKS revela o nível de baixeza da cultura democrática entre nós e também o nível do Medo que domina a sociedade face o Estado. Neste caso, um Medo bem explorado pelo próprio Estado!
Revela, realmente, que nós estamos bem longe do Estado de Direito Democrático e, pelo contrário, estamos num Estado de amigos donos da democracia, de algo muito baixo e de que eles retiram grande proveito pessoal da homenagem que dão a si mesmos, aplicando as leis à sua maneira.
Só quem não quer ver ou finge não entender que estamos perante a tal classe empresarial próxima do partido no poder da década de 90, que era um projeto de, no meu ponto de vista, corrupção generalizada e agora já se transformou num monstro que domina o Estado.
Hoje, um cidadão, que não está a defender qualquer interesse pessoal, mas sim uma Causa Pública, pela qual, aliás, ele vem labutando há muitos anos, apresenta, semana após semana, factos documentados de altíssima relevância que afinal das contas todos nós sabemos serem verdadeiros e apesar das gravidades desses factos este cidadão, nas suas escritas, trata toda a gente com cortesia, mostrando que só lhe preocupa o interesse público e a verdade. E o que acontece?!
Através do cobarde anonimato, de alguns comissários, esse cidadão recebe toda a espécie de injúrias, ataques dos mais indecentes, à sua pessoa e seus comportamentos, sem nenhuma relação com os factos denunciados pondo-se cá fora factos de sua vida privada e profissional, documentos do Ministério das Finanças e da Câmara Municipal da Praia, chegando-se ao ponto de referir a sua esposa.
E isso não tem acontecido só no jornal O PAIS, cujo projeto neste caso especial é mesmo o linchamento moral, cujo compromisso apenas tem com causa partidária, mas tem escapado (acredito que seja isso) em jornais sérios. O Cândido Barbosa Rodrigues é também, um cidadão podemos ler o seu post sobre este jornal digital. Ninguém é mais cidadão que ninguém agora uns são sérios outros poucos e muitos nem por isso.
Obviamente que as pedradas lançadas, sem qualquer enquadramento, sem qualquer explicação, com afirmações em que acredita só quem estiver predisposto a agredir seja por ser partes dos autores das ilegalidades e corrupções, ou familiar ou amigo daqueles ou por se sentir lesado, ou apenas por embrutecimento partidário.
Por isso decidi a escrever este artigo e outros semanalmente, para tomar algumas posições enquanto cidadão munícipe e contribuinte deste estado de direito democrático que se entende.
O que quero sublinhar são duas coisas que me parecem ser antipedagógicos:
Primeiro: o anonimato justifica-se para denunciar um crime ou fazer uma crítica pública quando se tem medo de represálias porque o poder é repressivo. Nestes casos são formas de colaboração com a Justiça, ou de luta social.
Assim, eu posso compreender muitas pessoas que apoiam os textos de Rui Araújo (apoiados, como estamos a ver, com todo o entusiasmo por uma onda de gente que neles se revê), mas o façam através do anonimato, criticando fortemente os dirigentes do país com responsabilidade, por ação ou por omissão de pronunciar.
O que já não é aceitável são os ataques e agressões ao cidadão Rui Araújo.
É um que vem dizer de repente que ele andou a enriquecer-se na Boavista, é um outro que apresenta um recibo de 2.500 contos sem enquadramento nem análise e dando ideia de se tratar dum crime cometido, outro diz que ele foi juiz em Santo Antão, insinuando perversidades, etc.
Essas acusações e esse anonimato são indecentes, porque no fundo mostram um Estado e uma Câmara Municipal clandestinos a agir através de pessoas brutalizadas, ou por interesses partidários, quando não pura e simplesmente compradas, com o objetivo de silenciar o Dr. Araújo e fazer morrer o assunto. Não, isso não! Assim o nosso país não vai conseguir atingir a AGENDA 2030 mais regride para a AGENDA de 1991 enfurecido.
Lendo uns dos artigos do Dr., Rui Araújo, a flecha de um cupido foi da parte do PR da Republica intitulado, condecorador de cidadãos, o mínimo que se poderia esperar, no meu ponto de vista, seria um discurso a dizer que o cidadão tem o direito de criticar o poder público e que ele não deve ser sujeito a enxovalhamentos pelo facto de o fazer. Isso sim, isso chama-se pedagogia. E, já agora, haveria um discurso, nem que fosse indireto, a pedir que as situações graves para o país denunciadas devem ser investigadas, especialmente se s denúncias são tão claras, documentadas e relevantes para a sociedade.
Infelizmente não vejo o Presidente em condições pessoais de fazer esse discurso, pelas mesmas razões que ele nada disse sobre a morte de Vieira Lopes. Mas... Também pergunto onde está o Provedor da Justiça?
Voltarei com outro tema ligado ao PRAIA LEAKS.
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