O povo das ilhas quer uma nova agenda para o povo das ilhas. O povo das ilhas clama em uníssono pela mudança e pela transformação de Cabo Verde num país onde “Kada Kriston tem Direito a Si Gota de Água”. O povo das ilhas clama pela verdade, transparência, justiça, equidade e pela boa gestão da coisa pública. O povo das ilhas clama pela necessidade de que os nossos recursos humanos, bem capacitados, possam encontrar mecanismos de sucesso nas suas próprias ilhas. A agenda que se almeja nos dias de hoje não pode nunca estar ao serviço de um grupinho perto do poder e da classe governativa.
O MpD é de facto uma “organização” sui generis. Corriam os anos de 2015 quando utilizou de forma eficaz, alguns sobressaltos que ocorriam ocasionalmente na gestão dos transportes públicos, para amealhar votos à custa desses fatos, muitos até “inventados” para deles usar e desmantelar quase tudo que havia sido criado pelo governo que veio a suceder 1 ano depois.
Mas, esses fatos não são e nem foram novos no panorama governativo de Cabo Verde. Aliás, para quem nutre de boa memória, certamente que não esqueceu das diversas EMPRESAS PÚBLICAS CABOVERDIANAS CRIADAS no pós independência tais como: EMPA, ENAVI, SONACOR, EMEC, JUSTINO LOPES, SCAPA, INTERBASE, sem falar das outras estruturas sociais de base que foram fundamentais na edificação do CV independente.
Das empresas acima citadas quase nada ou nenhuma ficou funcional com o advento da década de 90. Simplesmente foram desbaratadas sob pretexto de uma pseudo privatização que no fundo mais não foi do que um esquema elaborado de se apropriar dos bens públicos e transferi-los a uma dada classe que ganhara então novos privilégios. O cognome de “EMPRESÁRIOS” tornou-se viral e foi outrora confundido com a dinâmica do mercado e da economia por causa do caos para onde fora atirado o país no decorrer da década de 90, que em 2001, quando o PAICV ganhou as eleições legislativas, o governo teve que “reinventar” um país que anos atrás teria deixado como viável nas mãos do Mpd.
Outrossim, na altura o governo liderado pelo PAICV, tomou como prioridade das prioridades, encetar uma agenda de transformação em todos os setores vitais do Estado de Cabo Verde, por forma a garantir a construção de uma rampa favorável para a descolagem rumo ao destino cantado pelos poetas e fintar o destino que muitos pregaram nas suas narrativas, de que Cabo Verde é um país inviável. Mas, é claro que a dinâmica das democracias modernas colocam os governos sempre na encruzilhada de ganhar e perder eleições, e muitos partidos como o MPD que utilizando as fragilidades do povo e as narrativas por si mesmas construídas, acabou por chegar novamente ao poder em 2016. Triste sina dos caboverdianos, ter de aguentar o governo liderado por liberais e neoliberais.
Quando se pensou que este Mpd seria mais moderno, moderado, equilibrado, responsável e quiçá mais visionário e protagonista de alguma modernidade que se almejava, eis que acordamos submetidos à pior versão do Mpd. Ou seja:
Um Mpd falido, cansado, egoísta, segregacionista, fracassado e naufragado nas lamas por si mesmo criados. Um Mpd que não faz obras e quando as faz é de péssima qualidade. Um Mpd que tem coragem para desperdiçar milhões de contos em Portos que nem barcos conseguem atracar. Um Mpd que tem até audácia de construir estradas com curvas que nos faz lembrar um ângulo reto que uma esfera teria dificuldades em contornar. Um Mpd que tem a coragem de nos dizer que hoje estamos melhores em termos de mobilidades inter-ilhas quando nos encontrou com 3 aviões e deles se desfez e deixou as ilhas sem um único barco “pa Ramedi.” Um Mpd que é capaz de gastar milhões de contos para construir um mercado que jamais se viu. Um Mpd que é capaz de lesar o nosso Estado em dezenas de milhões de euros, tudo em nome de negócios concluídos e apadrinhados pelos detentores e amigos do poder.
Se continuarmos a caracterizar o atual governo e o partido que lhe dá apoio parlamentar, podemos esgotar o dicionário dos adjetivos, mas mesmo assim vamos enveredar esforços. O atual Mpd prejudica o País em MILHÕES, todos os negócios feitos têm o selo de intransparência e favorecimento. Contudo, os seus responsáveis fogem e não inibem em se esconder atrás de actos de vandalismos que lhes regozijam quando na verdade esse ato é simplesmente ignóbil. Hodierna, temos um Mpd que vive de trafulhas para se sentir partido. Em vez de vir a público justificar o “sumiço”de MILHÕES, tenta-se aliar a “destruidores”, justificar o injustificável, com o intuito de nos desviar dos pertinentes questionamentos sobre a gestão do erário público.
Afinal, o que pensa o sistema Mpd que nós somos como Nação? Será que nos tomam por tanto inaptos a tal ponto que: O mau desempenho do nosso sistema educativo, não nos interpela? A disfunção da justiça como um dos pilares democráticos não nos incomoda? O total descalabro nos transportes não nos preocupa? O colapso na saúde nada nos diz? A acelerada erosão do nosso capital jovem provocada pelas vagas da emigração massiva não nos preocupa? A debandada do nosso governo que não acerta em NENHUMA RESPOSTA, não nos preocupa? Será que um mero e ocasional, quando não circunstancial acumular de resíduos urbanos, ao qual muita gente mal intencionada se gravita, é que deveras está dando cabo deste país?
O povo das ilhas quer uma nova agenda para o povo das ilhas. O povo das ilhas clama em uníssono pela mudança e pela transformação de Cabo Verde num país onde “Kada Kriston tem Direito a Si Gota de Água”. O povo das ilhas clama pela verdade, transparência, justiça, equidade e pela boa gestão da coisa pública. O povo das ilhas clama pela necessidade de que os nossos recursos humanos, bem capacitados, possam encontrar mecanismos de sucesso nas suas próprias ilhas. A agenda que se almeja nos dias de hoje não pode nunca estar ao serviço de um grupinho perto do poder e da classe governativa.
É tempo de ser esperança!
Cafbarros
8/08/2025
Informamos que, temporariamente, a funcionalidade de comentários foi desativada no nosso site.
Pedimos desculpa pelo incómodo e agradecemos a compreensão. Estamos a trabalhar para que esta funcionalidade seja reativada em breve.
A equipa do Santiago Magazine