O presidente da União Cabo-Verdiana e Democrática (UCID, oposição) pediu esta sexta-feira aos militantes, no Mindelo, que evitem “desavenças e quezílias” para que possam ter uma UCID “forte capaz de ajudar na governação e de influenciar o País”.
António Monteiro falava, no seu último discurso enquanto presidente do partido, durante o XVIII congresso da UCID, sob o lema “Crescer mais, servir melhor”, que decorre até domingo na Academia Jotamont, durante o qual deverão eleger uma nova liderança.
Segundo o político, este congresso poderá ser extremamente importante para aquilo que os fundadores, militantes, simpatizantes, amigos e a população cabo-verdiana quiserem fazer da UCID.
Conforme o presidente, o partido “não tem dono e é de todos” e estes “devem ter a capacidade falar e procurar o caminho que devem percorrer para que a UCID seja realmente o partido que os fundadores queriam”, há 44 anos quando o criaram.
Para António Monteiro, “a situação da UCID merece alguma preocupação” porque têm pela frente “um grande desafio”.
“Só conseguiremos resolver o problema do partido com as soluções possíveis se mobilizarmos todos de forma aberta, sincera, com a verdade para servirmos Cabo Verde”, alertou, pedindo mais uma vez aos delegados ao congresso que colocassem de lado “qualquer animosidade, ressentimento” e que se juntassem para fortalecer o partido, fazê-lo crescer mais e servir melhor Cabo Verde.
“Se fizermos isso, estaremos, sem sombra de dúvidas, a dar aos cabo-verdianos, às cabo-verdianas, às empresas, às instituições e às famílias o instrumento que precisam para melhoramos a vida do nosso País. E não podemos ficar reféns desta ou daquela quezília, temos de deitar para trás alguns rebuços e enfrentarmos aquilo que nos deve unir que é ter uma UCID forte e capaz de servir Cabo Verde”, apelou.
Para António Monteiro, a UCID “precisa crescer e singrar e é prioritário e urgente” que façam o trabalho que deverá ser feito para atingirem “mais jovens e o eleitorado, que já não acredita nos outros partidos”, para que possam “disponibilizar esta ferramenta [a UCID] em prol de Cabo Verde e dos cabo-verdianos”.
“O PAICV serviu Cabo Verde com altos e baixos, o MpD serviu com altos e baixos, a UCID vem servindo também com altos e baixos, mas falta-nos ainda atingir o patamar do poder político para mostrarmos se somos iguais ou se somos diferentes desses dois”, afirmou.
O político reconheceu que, enquanto presidente da UCID, poderá ter cometido vários erros e tomado decisões conjuntas com os membros da comissão política que, provavelmente, não agradaram a todos. Mas, assegurou, fizeram-no sempre pensando no País.
“Aquilo que fiz, eu e os meus colegas, com o suporte que tivemos do conselho nacional e das várias direcções regionais, não foi suficiente para chegarmos onde eu gostaria que chegássemos. Mas, isto não deve servir de travão aos congressistas para discutirmos abertamente e apontarmos o dedo a este ou aquele e dizer você falhou”, defendeu António Monteiro que adiantou que vai “continuar no partido, trabalhar com mais experiência, mais humildade e mais conhecimento para servir Cabo Verde, através da UCID”.
Antes de António Monteiro, a abertura do congresso coube ao presidente do Conselho de Jurisdição da UCID, Geraldo Almeida.
O mesmo declarou que “nem sempre ele esteve de acordo com as posições” que o actual presidente tomou, mas, considerou que “o crescimento que a UCID teve, nos últimos 17 anos, foi devido à liderança feita por António Monteiro”.
Geraldo Almeida disse esperar que, no quadro desse congresso, a UCID venha apresentar as linhas gerais de uma revisão da Constituição República, com vista à melhoria da vida colectiva.
Comentários