A bancada do MpD na Assembleia Municipal de São Domingos reagiu hoje às declarações do presidente da câmara sobre as “dívidas herdadas” da anterior equipa, afirmando que o objectivo é desculpar-se da sua incapacidade de gestão.
Esta reacção foi feita pelo líder da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD) de São Domingos, Admilson Moniz, em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, na sequência das declarações de Isaías Varela, que apontou “avultadas dívidas herdadas” da anterior equipa como limitação no exercício camarário.
Este responsável questionou qual o verdadeiro motivo da conferência de imprensa dada pelo presidente da Câmara Municipal de São Domingos, volvidos dois anos da sua tomada de posse, e após a aprovação de dois orçamentos.
Deste modo, considerou, que a cobrança e a pressão dos munícipes têm sido constantes e cada vez mais intensas, devido ao passar do tempo, daí, acrescentar, que tudo isto tem provocado o desespero e a desorientação na actual equipa camarária.
Admilson Moniz acusou Isaías Varela de “falta de visão e de estratégia” para dar respostas aos desafios do concelho, uma vez que afirmou que a actual equipa está há dois anos a fazer gestão corrente, e que a prometida “nova esperança” transformou-se “cedo demais” numa “autêntica decepção” para os munícipes.
Lembrou que o PAICV [partido que gere a câmara de São Domingos], enquanto oposição, durante largos anos, criticou o excesso do pessoal na câmara, “fez disso o seu cavalo de batalha e arma de arremesso político”, mas que logo que assumiu o poder fez exactamente o contrário daquilo que defendia enquanto oposição.
“É demasiado grave a Câmara Municipal de São Domingos, com os problemas financeiros que o senhor presidente diz ter, contratar duas assessorias jurídicas, no valor de 240 mil escudos por mês. O mais grave é o facto de um dos assessores jurídicos estar destacado, exclusivamente, para a função de controlar os combustíveis, para no final do mês receber 120 contos”, denunciou.
Para o MpD de São Domingos, a conferência de imprensa do autarca é de todo incompreensível e descabida, duas semanas após contrair junto da Bolsa de Valores uma dívida de 160 mil contos e questiona como é que uma câmara com uma dívida de 260 mil contos e em falência financeira, recorre a um empréstimo obrigacionista.
“Com relação às dívidas herdadas, o senhor presidente Isaias Varela, mais uma vez, mentiu descaradamente, com o único objetivo de desculpar-se da sua incapacidade de gestão, sabendo que todas as obras concluídas pela equipa anterior foram integralmente pagas”, afirmou.
Conforme Admilson Varela, as tais dívidas herdadas são da câmara municipal e não de equipas camarárias, para quem “é estranho” o presidente da câmara não ter falado no valor encontrado nos cofres quando tomou posse.
O líder da bancada municipal do MpD explicou ainda, que os pagamentos pendentes dizem respeito às obras não concluídas a seu devido tempo, e que com início no mandato da nova equipa camarária todo montante em dívida foi transferido para o pagamento aos fornecedores/prestadores de serviço à edilidade.
Quanto às dívidas para com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), acusou a actual equipa camarária de ter encontrado um plano de pagamento acordado, mas que “simplesmente o abandonou” e não vem pagando à instituição “deixando os trabalhadores numa situação difícil”.
Contudo, sugeriu que um bom gestor não se foca nos problemas, mas sim, vai a procura soluções, tendo avançado que a actual não realizou nem 10 por cento (%) das suas promessas de campanha.
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