Santiago Norte: “Governo está a deixar o sector educativo para trás em todos os sentidos” – PAICV
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Santiago Norte: “Governo está a deixar o sector educativo para trás em todos os sentidos” – PAICV

De entre as “fragilidades” identificadas e que preocupam o PAICV, a também deputada nacional apontou a implementação dos agrupamentos escolares, infra-estruturas escolares, perseguições aos professores e a “mentira pública” sobre a gratuitidade do ensino.

A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV – Santiago Norte apontou hoje vários “problemas e desafios” na educação a nível nacional, sobretudo na região, afirmando que o Governo está a deixar o sector para trás em todos os sentidos.

“É público e notório que, na região Santiago Norte, o governo está a deixar o sector educativo para trás em todos os sentidos. Pois, o sistema de educação padece de males profundos e as medidas que o governo tem anunciado e que são conhecidas não têm passado de acções paliativas, sem quaisquer impactos no sector, nos profissionais da educação e tão pouco nos alunos, estes os mais prejudicados”, constatou a presidente da CPR do PAICV, Carla Carvalho.

Esta responsável, que falava em conferência de imprensa hoje em Assomada, Santa Catarina, explicou que a mesma vem na sequência de informações, denúncias e análises sobre o início do ano lectivo 2022/2023, e visa igualmente alertar a região Santiago Norte e o País no seu todo, sobre a “incúria” do Governo em relação a um sector que é vanguarda de todo o processo de desenvolvimento, seja local, regional ou nacional.

Acrescentou que o Governo “continua perdido em acções paliativas” enquanto a degradação do sector vai-se agravando, pelo que a CPR do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) em Santiago Norte continua a denunciar a situação e a solicitar a resolução dos problemas já identificados.

De entre as “fragilidades” identificadas e que preocupam o PAICV, a também deputada nacional apontou a implementação dos agrupamentos escolares, infra-estruturas escolares, perseguições aos professores e a “mentira pública” sobre a gratuitidade do ensino.

Sobre a implementação dos agrupamentos escolares, alertou que a mesma está a colocar as crianças e estudantes longe das suas comunidades, expondo-os perante vários perigos e carências, principalmente agora que a situação económica e financeiras das famílias é difícil, agravada pelo desemprego, pelo aumento de preços dos produtos de primeira necessidade e pelo aumento exponencial das desigualdades e desequilíbrios sociais.

Relativamente às infra-estruturas educativas, disse que o partido constatou que várias escolas não oferecem as condições mínimas de salubridade e segurança, devido à degradação física e a outras incapacidades para garantir um processo de ensino-aprendizagem eficaz.

“É preciso melhorar as condições de trabalho para os professores e de aprendizagem para os estudantes, é preciso reabilitar as infra-estruturas e apetrechar as escolas com materiais e equipamentos”, defendeu Carla Carvalho.

Em relação às alegadas perseguições, intimidações e represálias notou que verificaram várias situações e com frequência, através, por exemplo, da não atribuição de horários e/ou marcação de faltas de “forma abusiva”, que segundo ela são motivadas em muitos casos por razões político-partidárias, e em outros, por “arbitrariedades avulsas e gratuitas”.

Por fim, sobre a gratuitidade do ensino, foi peremptória ao afirmar que “o anúncio que o Governo tem feito de que o ensino é gratuito não é verdade, é uma mentira pública lançada pelo Governo para ludibriar a opinião pública.

“O que percebemos é que são as famílias, os encarregados de educação e os próprios professores que estão a custear a educação. Por exemplo, o custo dos equipamentos de trabalho é suportado pelos professores, que não só recebem um magro salário, como também viram o seu rendimento a diminuir por causa do contexto que vivemos e ainda não viram o aumento de salário nestes últimos anos”, sustentou Carvalho.

“O PAICV, enquanto fiscalizador da acção governativa, não pode ficar em silêncio, pelo que pedimos mais atenção e mais investimentos para corrigir os retrocessos identificados, uma vez que a nossa missão em primeiro lugar é exigir que as promessas feitas por este Governo sejam cumpridas e que os interesses do País e da região Santiago Norte sejam respeitados”, assegurou a dirigente do PAICV Santiago Norte.

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