O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) responsabilizou esta terça-feira, 26 de março, o Governo e o MpD por uma “eventual não aprovação” do diploma da regionalização, agendada para a sessão parlamentar que se inicia esta quarta-feira.
António Monteiro, em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, justificou esta declaração com o facto de não ter havido “boa vontade e nem seriedade” do MpD e do Governo na matéria da regionalização, a começar, indicou, pelo “agendamento unilateral” do diploma.
Clarificou que o MpD e o Governo solicitaram a suspensão da aprovação do diploma na especialidade em Outubro do ano passado, aquando da votação na globalidade, “para se procurar entendimentos”, e “só hoje”, em véspera do debate no parlamento, é que a comissão paritária vai encontrar-se para se debruçar sobre os pontos da discórdia, que só da parte da UCID são 21.
“A UCID achou por bem viabilizar o diploma na globalidade para que na especialidade houvesse tempo para o debate e para afinar as agulhas e apresentar um documento consensual próximo das necessidades dos cabo-verdianos”, reiterou a mesma fonte, elucidando que “quase seis meses depois” nunca houve “uma única iniciativa” para que a comissão paritária pudesse reunir-se para discutir a questão.
“A UCID responsabiliza o Governo e o MpD por não ter sentado à mesa atempadamente com os demais partidos para debater a questão”, concretizou Monteiro, que ainda culpa o Governo e o MpD pela “eventual não aprovação do diploma”, já que “não souberam conduzir o processo” na comissão paritária criada para o efeito.
“Há um descaso, o Governo e o MpD passam uma mensagem para fora mas na realidade não estão minimamente interessados na matéria, porque não se criou o entendimento para se chegar a um acordo”, concretizou.
O líder da UCID vai mais longe e acusa o partido que sustenta o Governo de querer atribuir a responsabilidade aos partidos da oposição por uma questão que é da responsabilidade do MpD e do Governo, caso não for aprovada a regionalização.
“Partimos para o debate sobre a regionalização com muito cepticismo na medida em que não foram criadas as condições para que o diploma venha a ser aprovado”, precisou Monteiro, para quem, das 21 questões pendentes formalizadas pela UCID sobre o diploma, se o Governo não acatar “parte substancial” delas, o seu partido terá “sérias dificuldades em dar o seu voto favorável”.
Com Inforpress
Comentários