PAICV exige medidas do Governo para proteger menores que vivem em situação de união de facto
Política

PAICV exige medidas do Governo para proteger menores que vivem em situação de união de facto

O PAICV exigiu hoje do Governo mais responsabilidades e prioridades voltadas para a família, ressaltando que os dados do Censo 2021 revelam situações preocupantes face a menores a viverem em situação de união de facto.

“Todos hão de concordar que é deveras preocupante o quadro social retratado pelo Censo 2021 com relação a crianças e adolescentes, onde dados apontam para 765 menores em situação de união de facto”, disse em conferência de imprensa, o membro do Conselho Nacional e da Comissão Política Nacional do PAICV, Paula Moeda.

Perante os dados, Paula Moeda diz ser legítimo questionar a eficácia da política do Governo em relação ao almejado progresso social para atingir o respeito da Convenção dos Direitos das Crianças, para que não haja 231 crianças e adolescentes como chefes de família ou 112 na situação de cônjuges.

Sublinhou ainda que face aos factos, urge acelerar a investigação sobre a situação crítica das famílias, concretamente as crianças e adolescentes, e o impacto das políticas públicas implementadas pelo executivo, que, na opinião do maior partido da oposição, necessita ser revertida.

“Se, de facto, criança é uma verdadeira prioridade, há que debelar este círculo vicioso da pobreza através de medidas eficazes de reforço de protecção de menores, agindo em relação ao déficit habitacional, à falta de equipamentos sociais, nomeadamente creches e jardins e um melhor sistema de cuidados e cuidados parentais”, acentuou.

A dirigente do PAICV, que insta o Governo a repensar sobre a retoma do papel que cabia aos centros de juventude e repor a disciplina cidadania no currículo escolar, exige um repensar do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) por forma a que tenha uma intervenção mais focada no estabelecimento de políticas, da prevenção, do controle e do acompanhamento.

“Acreditamos que a alteração do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] deve ser colocada na ordem do dia e que o parlamento poderá dar contributos substanciais para a sua adequação às exigências do contexto actual”, realçou.

Neste âmbito, Paula Moeda defendeu que a situação exige mais do que nunca, a salvaguarda dos direitos das crianças e dos adolescentes, a tomada de decisões com base na evidência dos factos, a colocação das crianças e adolescentes em primeiro lugar para uma sociedade mais justa e que respeite os direitos humanos.

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