Os polémicos livros de matemática vão permanecer no mercado “com erratas para os professores”, disse Maritza Rosabal ao Jornal da Noite. Hoje, está prevista uma manifestação a exigir, precisamente, a retirada desses manuais.
O Ministério da Educação vai avançar com um inquérito para apurar as responsabilidades sobre os polémicos manuais escolares (matemática sobretudo) do 1º ao 4º ano que foram postos à venda com muitos erros. Foi a própria ministra, Maritza Rosabal, quem confirmou a abertura de tal investigação, durante a entrevista que concedeu ontem, quinta-feira, 5, ao Jornal da Noite, da TCV.
A governante não explicou muito bem como será feito este inquérito, mas o seu anúncio acontece no mesmo dia em que o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, comentou o caso dos manuais afirmando que na vida pública deve haver o principio da responsabilidade e que não se deve justificar erros do presente com erros do passado.
Outro dado a reter da entrevista de Maritza Rosabal é que a pessoa mais criticada pelos erros nos manuais de matemática, a Directora Nacional de Educação, Adriana Mendonça, pediu para sair ainda antes de estalar a polémica. Motivo? Estaria cansada.
Quanto aos manuais em si – e que os pais, encarregados de educação, professores querem a sua retirada do mercado – , a ministra da Educação continua firme na sua posição, ou seja, os livros vão continuar no mercado, mas com erratas. “As erratas são mais para os professores”, disse Rosabal, sublinhando que o seu ministério está a procurar soluções para atenuar o problema dos erros, com produção de erratas, recursos às novas tecnologias, etc.
A governante insiste em apontar para a qualidade dos materiais produzidos com a ajuda da cooperação e de especialistas suecos, realçando que os mesmos são “experimentais”. Aliás, quando confrontada com o facto desses livros terem sido colocados à venda mesmo com erros, Maritza Rosabal revelou que os manuais foram distribuídos assim que chegaram a Cabo Verde. “Ninguém pensava que o manual tivesse essas questões”, confessou a ministra da Educação.
Comentários