O Ministro das Comunidades defendeu hoje a necessidade de se desenvolver políticas públicas para proteger e cuidar das comunidades emigradas, de forma a estreitar a distância e o fosso que existe entre o residente e o não residente.
Jorge Santos falava à imprensa, após ser recebido pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, com quem teve “uma profunda conversa institucional” sobre as comunidades cabo-verdianos, num momento em que há o Ministério das Comunidades.
“É preciso desenvolver políticas públicas para proteger e cuidar também das nossas comunidades. E é com essas políticas que vamos conseguir, de facto, estreitar essas distância e esse fuso que existe entre o residente e o não residente e tender para uma nação cabo-verdiana diasporizada”, afirmou.
Segundo disse, o Governo quer criar uma “agenda forte” e “pró-activa” para com as comunidades no sentido de, não só diminuir percepção que os cabo-verdianos nas comunidades têm de que as políticas públicas cabo-verdianas são dimensionadas para os residentes e não para toda a Nação cabo-verdiana.
“Há instrumentos que vamos criar para a executar essas políticas, seja a nível de uma instituição para a execução das políticas do Ministério das Comunidades que vamos desejar e estamos a discutir agora no quadro do programa do Governo, assim como também temos a necessidade de sabermos quem são as nossas comunidades, onde estão e quantos são”, prosseguiu.
Ou seja, defendeu que é necessário definir os perfis das comunidades porque não se pode falar de um perfil porque há vários, uma vez que, ressaltou, há “realidades diversas em função dos continentes”.
Ainda nas suas declarações, Jorge Santos citou que há nas comunidades cabo-verdianos de sucesso “pessoas altamente qualificadas”, mas que, por outro, existem comunidades com dificuldades, onde, defendeu, ser preciso a solidariedade nacional e desenvolver também programas para garantir o rendimento mínimo para esses mesmos cabo-verdianos.
“Discutimos também a importância das comunidades para o desenvolvimento de Cabo Verde em termos gerais. Para desenvolver uma política paras as comunidades, nós em Cabo Verde não vamos inventar muito, porque todos os países têm a suas políticas bem definidas”, frisou o governante, afirmando que há países de acolhimento que estão interessados em colaborar com Cabo Verde na busca de soluções para as comunidades.
Santos falou ainda na problemática dos retornados, abordando a sua reinserção na sociedade cabo-verdiana. Uma reinserção que para o ministro terá de ser não só social, mas, acima de tudo, para actividades de rendimento.
“Já estamos a trabalhar para recolher todas as informações e construir bases de dados do Ministério das Comunidades, para rapidamente entrarmos em conectividade com as nossas comunidades, seja na Europa, África ou nas Américas (…) e rapidamente começarmos o diálogo”, continuou Jorge Santos, para quem as comunidades devem ser ouvidas quando se está a construir políticas voltadas para elas.
“Já estamos a fazer este trabalho, em contacto com as missões diplomáticas, no sentido de construir uma agenda pró-activa (…) o mais importante neste momento é fazer as coisas acontecerem para que as nossas comunidades se sintam integradas e se sintam parte efectiva da nossa Nação”, finalizou.
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