Francisco Tavares nomeado embaixador na Nigéria
Política

Francisco Tavares nomeado embaixador na Nigéria

O antigo presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Francisco Tavares, foi nomeado embaixador de Cabo Verde na Nigéria, conforme decreto presidencial publicado esta sexta-feira, no Boletim Oficial.

Francisco Fernando Tavares foi autarca em Santa Catarina durante dois mandatos, até 2016, eleito pelo Movimento para a Democracia (MpD), tendo sido nomeado para exercer o cargo de embaixador de Cabo Verde na Nigéria, em comissão de serviço, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, “sob proposta do Governo”, lê-se no mesmo decreto.

Em conferência de imprensa realizada em 09 de julho, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), criticou o Governo por estar a passar um “certificado de incompetência” aos diplomatas de carreira, ao enveredar por "embaixadores políticos e partidários".

Na altura, o partido já apontava que Francisco Tavares estava indicado para novo embaixador na Nigéria, acrescentando outros dois “nomes políticos” para as posições em Washington e Brasília, que até ao momento não se concretizaram.

O secretário-geral adjunto PAICV para as Relações Externas e Diáspora, Francisco Pereira, criticou então a escolha de “destacadas personalidades do mundo da política”, com “fortes ligações ao partido no poder”.

O responsável juntou ainda os nomes de Carlos Veiga (ex-primeiro-ministro, pelo MpD), Eurico Monteiro, José Filomena Monteiro e Jorge Figueiredo, “nas antípodas do princípio de não partidarização da diplomacia cabo-verdiana”, nomeados ao longo da última legislatura, respetivamente, para as missões de Washington, Lisboa, Bruxelas e Luanda.

Francisco Pereira defendeu que este modelo de escolha deixou de ser “uma mera exceção” para se configurar “uma regra eleita pela atual maioria para a diplomacia cabo-verdiana”, acusando o Governo de nomear sete embaixadores políticos nesta legislatura, iniciada em 2016.

O tema também já foi abordado numa sessão parlamentar, com o MpD a devolver as críticas e a recordar as nomeações feitas durante o último Governo do PAICV (2001 a 2016).

Com Lusa

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