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CMP acusa primeiro-ministro de se juntar a “concertação para atacar” autarquia. PM estranha "agressividade" da acusação
Política

CMP acusa primeiro-ministro de se juntar a “concertação para atacar” autarquia. PM estranha "agressividade" da acusação

A Câmara Municipal da Praia emitiu hoje uma nota à imprensa em que assinalou que o primeiro-ministro “escreveu definitivamente o seu nome na lista de concertação para atacar” a autarquia liderada por Francisco Carvalho.

“Em declarações à imprensa, na sequência da visita do chefe do Governo aos postos de vacinação na cidade da Cidade da Praia, Ulisses Correia e Silva mentiu ao País quando disse aos jornalistas que não sabia onde estava o presidente da Câmara Municipal da Praia, por este não o ter acompanhado nessa missão oficial”, lê-se na nota assinada pelo Gabinete de Comunicação e Imagem da autarquia capitalina.

Prosseguindo, a mesma fonte diz ser certo que o Movimento para Democracia (MpD) e os seus dirigentes “não conseguiram digerir” a derrota sofrida na maior câmara do País, um município que vinha sendo “a sua galinha de ovos de ouro durante 12 longos anos, com negociatas e contratos favorecendo empresários amigos”.

“Um vereador foi constituído arguido pelo Ministério Público em processos de negócios lesivos ao interesse dos praienses”, acrescentou a mesma fonte, completando que se chegou “ao ponto de um primeiro-ministro mentir aos Pais apenas para atingir o presidente da câmara municipal que não lhe é afecto”.

Ainda na mesma nota, a câmara da Praia diz que reage com frontalidade contra “ataques” de Ulisses Correia e Silva e que avisa que não irá permitir que o MpD continue a distrair os cidadãos com “fait divers” quando o desafio do desenvolvimento e o momento que o País vive demanda das entidades públicas “responsabilidade, engajamento, parceria e verdade”.

Indo aos factos, lê-se na nota, que no dia 18 de Agosto, o Gabinete do Primeiro-ministro enviou um convite ao presidente da Câmara Municipal da Praia para este participar da visita aos postos de vacinação no dia 20 de Agosto, mas que o gabinete de Francisco Carvalho respondeu que este estava impossibilitado de participar,  por estar convalescente, mas que o mesmo seria representado pelo director de Acção Social, André Lino Monteiro.

“A comitiva do senhor primeiro-ministro não apareceu no horário combinado. Por volta das 11:12, o Gabinete do Presidente da Câmara Municipal da Praia enviou um e-mail ao gabinete do primeiro-ministro a indagar sobre a não comparência da comitiva”, frisou.

Continuando, acrescentou a mesma nota que às 13:38, depois de o primeiro-ministro ter “mentido aos cabo-verdianos” sobre o presidente Francisco Carvalho, o seu director de gabinete enviou uma mensagem “lamentando o desencontro, trazendo um dado novo, que é uma reunião de concertação” que, segundo referiu  “não constava do programa”.

“Todo mundo sabe que factos são factos e que contra factos não há argumentos. O primeiro-ministro sabia, sim, porquê que o presidente da Câmara Municipal da Praia não participou da visita e se não sabia é porque o seu gabinete não fez o seu trabalho como devia fazer, e isso, não tem absolutamente nada que ver com a câmara da Praia”, sublinhou a mesma fonte.

PM estranha "agressividade" da CMP

O Gabinete do Primeiro-ministro, reagiu ao comunicado da CMP, dizendo  “estranhar” as acusações , pela sua “agressividade” e “desvio do essencial”.

“À semelhança do que tem acontecido em outros municípios, o primeiro-ministro tem iniciado as visitas no âmbito da mobilização e sensibilização para a vacinação, com breve encontro com os presidentes das câmaras nos Paços do Concelho, seguindo-se visitas aos postos de vacinação. Tem funcionado muito bem em todos os municípios, com excepção da Praia, onde se registou um incidente lamentável”, lê num comunicado publicado na Internet.

O Gabinete do Primeiro-ministro disse ainda que foi informado da indisponibilidade do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, e da indicação de um director de serviço para acompanhar Ulisses Correia e Silva, “numa atitude no mínimo desrespeitosa”.

“Nem sequer foi indicado um vereador, mas sim um director. Seria de esperar perante tal acto que o primeiro-ministro se deslocasse aos Paços do Concelho? Existem questões protocolares e de respeito pelas instituições da República que devem ser cumpridas”, continuou.

Independentemente de questões protocolares eventualmente não acautelados, o que terá caído mal no entendimento do autarca capitalino, e provocado essa celeuma, é a afirmação do PM, quando disse desconhecer as razões da ausência de Francisco Carvalho na visita, quando o gabinete deste havia comunicado no dia anterior sobre a sua situação de saúde, conforme documentos anexos ao referido comunicado.

Recentemente em declarações à Inforpress, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, disse que o Presidente da República é parte da “concertação para atacar a Câmara da Praia”, isso na sequência de um encontro com trabalhadores da área do saneamento da ilha de Santiago, promovido pelo chefe de Estado.

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