O presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, reconheceu hoje que, nas circunstâncias actuais, não é fácil gerir uma autarquia como a sua.
“Depois de termos passados por momento difíceis por causa da covid, agora temos o agravamento da guerra que começou na Ucrânia, com fortes impactos na economia mundial e, também, na economia nacional”, lamentou o autarca boa-vistense, que disse, no entanto, acreditar na ilha que, segundo ele, “tem as condições para o seu desenvolvimento”.
Cláudio Mendonça fez essas considerações em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV), em que admitiu que a pandemia fez com que o Aeroporto Internacional Aristides Pereira estivesse parado, enquanto os hotéis estavam fechados.
A Câmara Municipal, sublinhou o autarca, enquanto poder mais próximo das populações, esteve “sempre junto” destas, ajudando-as com cesta básicas, além de remédios e consultas para fora da ilha.
“Abrimos postos de trabalho em todos os povoados, com vista a proporcionar rendimentos às famílias para poderem safar-se um pouco da situação da pandemia da covid-19”, admitiu Cláudio Mendonça.
Instado a pronunciar-se sobre aqueles que afirmam que não tem obras estruturantes para a ilha, Cláudio Mendonça respondeu que os seus críticos estão “equivocados”.
Conforme explicou, um dos grandes problemas com que a sua gestão se deparou foi a empreitada da obra da Praça Santa Isabel, em Sal-Rei.
“Resolvemos o problema e tivemos de tomar muito importante, que foi a resolução do contrato de empreitada com o empreiteiro que, na altura, fazia a obra”, apontou, acrescentando que já foram retomados os trabalhos a um ritmo “bastante considerável”.
Garantiu que dentro de seis ou dez meses os boa-vistenses a obra do largo Santa Isabel será concluída.
“Estamos a trabalhar nos planos para dimensionar toda a cidade de Sal-Rei para torná-la mais atractiva aos nossos visitantes, nossos munícipes e a todos que vivem aqui”, garantiu o autarca.
Sobre o terreno de 50 mil metros quadrados que a anterior Câmara da Boa Vista entregou à IFH (empresa imobiliária) em São Vicente e em troca recebeu cinco mil metros quadrados na ilha do Porto Grande, o edil esclareceu que o processo ainda não foi anulado.
“Intervimos junto do Ministério das Finanças, fizemos a nossa reivindicação e bem, porque consideramos que foi uma troca bastante anormal”, defendeu o autarca boa-vistense.
Um outro problema que a autarquia da Boa Vista enfrenta é a transferência do Fundo do Turismo que, conforme o seu responsável, a dificuldade ainda persiste porque a actual edilidade não consegue justificar o montante que havia sido transferido na gestão da Câmara anterior.
O montante do Fundo do Turismo, segundo Cláudio Mendonça, era para ser aplicado em obras na cidade de Sal-Rei e algumas intervenções no bairro da Boa Esperança e a actual câmara “não tem como justificar”.
“A estrutura financeira do Fundo do Turismo deverá deslocar-se à ilha da Boa Vista para, junto com a nossa organização interna, ultrapassarmos esta questão”, precisou o autarca, referindo-se ao montante transferido na anterior gestão.
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