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Ambiente. Estudo confirma contaminação e parasitas nas águas das praias de Kebra Canela, Prainha e Gamboa
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Ambiente. Estudo confirma contaminação e parasitas nas águas das praias de Kebra Canela, Prainha e Gamboa

O estudo sobre “ocorrência de enteroparasitas nas águas da ETAR e nas praias de Kebra Canela, Prainha e Gamboa”, apresentado hoje na Cidade da Praia, concluiu que as águas estão contaminadas com parasitas e factores contaminantes.

O estudo, realizado entre Dezembro de 2017 e Janeiro deste ano, pelos alunos do 3º ano do curso de ciências biológicas, no âmbito da disciplina do alinhamento experimental, da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), foi apresentado hoje durante o congresso de iniciação científica, promovida pela Casa da Ciência.

Em declarações à imprensa, o professor de Biologia, Ailton Lima, explicou que durante o estudo foi feita a comparação entre o nível de contaminação por parasitas com os dejectos fecais humanos e constataram que existe contaminação, mas que a infecção pode não estar directamente associada à entrada de substâncias da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para o mar, mas também fruto da contaminação humana.

O responsável disse que a ideia é sensibilizar, chamar a atenção e alertar as populações, uma vez que esses agentes parasitários causam doenças, algumas consideradas “doenças negligenciadas”, mas também as entidades responsáveis no sentido de se continuar a realizar estudos e pesquisas de modo a melhorar a situação.

“Este estudo feito no âmbito da disciplina de alinhamento experimental, mas há necessidade de se fazer e dar continuidade às pesquisas para comprovar se na verdade temos um problema não só em termos parasitológicos, microbiológicos, mas também de metais pesados na água”, disse o especialista.

Na ocasião, recomendou também que as autoridades devem investir ainda mais em estudos e pesquisas e que aproveitem as universidades, sobretudo os alunos, que apesar de não receberem nenhum financiamento, “com a sua força de vontade desenvolveram um excelente trabalho”.

“Alguns alunos se comprometeram em continuar com o estudo, mas a investigação não requer apenas mão de obra, é necessário também financiamento” sublinhou o responsável que defendeu ainda a necessidade de mais investigadores, espaços e divulgação destes tipos de projectos.

Por seu turno, a directora da Casa da Ciência na Cidade da Praia, Mara Abu-Raya, adiantou que os projectos desenvolvidos no âmbito do programa de iniciação científica englobam as áreas da saúde pública, ensino e ambiente.

“Percepção dos jovens de Ponta d´Água sobre os riscos do álcool na degradação hepática”; “Caracterização físico-química e microbiológica da água dos bebedouros no campus da Uni-CV no Palmarejo”; “Factores que influenciam o insucesso escolar dos estudantes com 3 anos de permanência na Faculdade de Ciências e Tecnologia da uni-CV”; “Ocorrência de enterobactérias em alimentos comercializados em estabelecimentos ao redor da Uni-CV”, foram outros projectos realizados.

Com Inforpress

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