Por entrelinhas, há o entendimento geral de que os sujeitos parlamentares não se interessam pelo bem comum, e que este diálogo de surdos é propositado. Para ganhar tempo e fazer figura.
Nesta manhã de 27 de Junho de 2017, na Assembleia Nacional, o PAICV propôs um pacto de regime para a questão da segurança interna do país, invocando que a insegurança está a tomar contornos preocupantes, apelando a uma união de forças de todas as entidades políticas e da sociedade no seu todo.
Esta proposta provocou um tremendo sururu entre os deputados, que o povo eleitor, cidadão, produtor, consumidor e contribuinte ficaram sem entender o que pretendem esses homens e mulheres que representam a nação, e cujos interesses, necessidades e desafios têm o dever e a obrigação de defender, preservar e resolver.
Porque, entendem os do MpD que o PAICV não tem moral para propor tal pacto e que este não passa de politiquices da minoria, ainda a braços com a ressaca da derrota eleitoral. Para a maioria, o PAICV não podia e em devia estar a falar da segurança, por ser o grande responsável por este cancro social que está a dar cabo do país, inclusive em sectores estratégicos como o turismo.
O grande argumento dos deputados do MpD para recusar a proposta do PAICV é, segundo Joana Rosa, o facto deste, enquanto poder, não ter conseguido introduzir uma política social coerente e consequente com os desafios das famílias cabo-verdianas.
São conversas circunstanciais, de um e outro lado, valendo o que valem. Porque o povo eleitor, cidadão, produtor, consumidor e contribuinte, quando chamado a conversar na circunstância eleitoral, analisando certamente que o PAICV, enquanto governo, não fez o que lhe competia nesta matéria, discursaram contra este partido penalizando-o nas urnas.
Facto consumado, o que fazer mais? Aceitar, apáticos - dir-se-ia meros figurantes de um filme tragicómico - este diálogo de surdos ou exigir que soluções sejam geradas na casa que é o centro do poder em Cabo Verde?
Sim! Porque, por entrelinhas, há o entendimento geral de que os sujeitos parlamentares não se interessam pelo bem comum, e que este diálogo de surdos é propositado. Para ganhar tempo e fazer figura.
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