Há muito que se falava das ambições de Celso Ribeiro em vir a ser líder de bancada… e conseguiu (!), mesmo que para tal tivesse que dar o dito por não dito. É a política no seu estado degenerativo e um partido sem rumo, em desespero pela inevitabilidade do fim…
No espaço de poucos dias, percebeu-se com toda a clareza o que move alguns deputados do MPD: perder a face, dar o dito por não dito, em golpes de rins extraordinários, provando que a política entrou num estado de degenerescência tão grande que difícil seria encontrar paralelo na história da democracia cabo-verdiana.
Vamos aos factos: em 13 de setembro último, o país ficou a saber que a direção do Grupo Parlamentar do MPD em “decisão unânime” apresentou a sua “demissão coletiva” ao presidente do partido, Ulisses Correia e Silva. Isto, segundo as próprias palavras do ainda líder parlamentar em um e-mail dirigido aos deputados ventoinha.
Na ocasião, para além das razões associadas à edição de selos em celebração dos 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral, uma iniciativa conjunta dos Correios de Cabo Verde e de Portugal, foram alegadas “dificuldades de articulação” entre o Grupo Parlamentar, o Governo e a Comissão Política Nacional (CPN).
O que é verdade hoje, é o seu contrário amanhã
Pouco mais de uma semana depois, sem que os selos com o rosto de Cabral fossem retirados da oferta numismática dos Correios ou, tão-pouco (pelo menos ao que se sabe), tenham sido corrigidas as “dificuldades de articulação”, um dos mesmos apoiantes da “decisão unânime” e subscritor da “demissão coletiva” (Celso Ribeiro) é apresentado ao país como a proposta da CPN para a liderança do grupo parlamentar.
Não se percebe qual a razão de, num tão curto espaço de tempo, Celso Ribeiro ter mudado de opinião; tão-pouco, quais os motivos de Paulo Veiga para, em conferência de imprensa, vir agora amaciar a demissão centrando nele a responsabilidade e aliviando a carga de Ribeiro, numa manifestação de auto-humilhação que só nos pode provocar vergonha alheia.
A ideia é passar a narrativa de que, afinal, a única demissão terá sido a do ainda líder parlamentar e não, como o mesmo havia referido lá atrás, uma decisão “unânime” e “coletiva”.
Está visto que, para o MPD, o que é verdade hoje, como se nada fosse, pode ser o seu contrário amanhã.
A dança dos cargos
Percebe-se agora o que faz mover os membros da direção parlamentar do partido ventoinha: a dança de cargos! E é de aproveitar agora, antes que sequem as mamas do poder.
E nem nos admiraríamos, também como se nada fosse, que os restantes membros demissionários integrassem a nova direção a ser eleita em outubro. À tragédia, segue-se invariavelmente a farsa e, quando não se tem vergonha na cara, tudo pode acontecer.
Há muito que se falava das ambições de Celso Ribeiro em vir a ser líder de bancada… e conseguiu (!), mesmo que para tal tivesse que dar o dito por não dito.
É a política no seu estado degenerativo e um partido sem rumo, em desespero pela inevitabilidade do fim…
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Comentários
Casimiro Centeio, 25 de Set de 2024
Eu tinha um bezerro, no Fogo, que me causava grande dor de cabeça, quando deslocava -o de um lugar para outro.
Sempre que o fazia, era obrigado atravessar o caminho que continha água estagnada e, ele era atarantado. Assustava-se com qualquer água poçada no meio da estrada...
Agora estou vendo, hoje, que afinal não era só o meu bezerro... há muitos desorientados no meio da estrada...
Casimiro Centeio, 25 de Set de 2024
Eu tinha um bezerro, no Fogo, que me causava grande dor de cabeça, quando tinha que desloccá-lo de um lugar para outro. Sempre que o fazia, era obrigado atravessar o caminho que continha água estagnada, e, ele era atarantado . Assustava -se com qualquer água pousada no meio da estrada...
Agora estou vendo hoje que afinal não era só o meu bezerro... há muitos desorientados...