Presidente da República defende urgência no combate às ameaças à democracia
Política

Presidente da República defende urgência no combate às ameaças à democracia

O Presidente da República defendeu hoje, numa reunião na sede das Nações Unidas (ONU), a necessidade urgente de se promover a democracia por esta se encontrar sob ataque e “com fissuras nos pilares mais importantes”.

José Maria Neves falava numa mesa redonda de Alto Nível sob o tema “Em defesa da Democracia, Lutando contra o extremismo” que teve lugar na sede das Nações Unidas (ONU), co-organizado pelo Presidente da República Federativa do Brasil e pelo Presidente do Governo do Reino da Espanha, em Nova Iorque.

“A maior ameaça que a democracia pode enfrentar resulta do facto de julgarmos que ela não corre perigo, acreditando ingenuamente na sua irreversibilidade. Porém, está demonstrada a sua fragilidade e a necessidade de labutar, de forma continuada e com perseverança, para a sua defesa e promoção”, disse José Maria Neves, apontando a desinformação, conjugada com a utilização maldosa da inteligência artificial e o concurso das redes sociais eivadas de populismo digital, como ferramentas nocivas para a democracia.

José Maria Neves realçou ainda, no seu discurso, a constatação de uma ausência de compromisso com a verdade, reinando as “verdades alternativas” e as narrativas enganosas.

“Os movimentos extremistas promovem o discurso do ódio, a polarização, a divisão, a intolerância, a radicalização e a violência, enfraquecendo o diálogo cívico e ameaçando a coesão social. Os extremistas procuram sempre minar a confiança dos cidadãos nas instituições que garantem as liberdades e o Estado de Direito”, afirmou.

Perante estes factos advogou que o objectivo de todos “deve ser o de repudiar a violência na política e proteger a democracia contra todos os seus inimigos” e avançou que uma educação de qualidade, que promova o pensamento crítico e a tolerância, é uma barreira crucial contra a radicalização e o extremismo.

Essa “internacional extremista”, que ameaça os direitos e as liberdades, age de forma unida e concertada, exige, conforme o Presidente da República, um combate por uma vigorosa coligação de forças democráticas e um cerrar de fileiras em defesa da democracia e da liberdade.

“Trata-se de uma abordagem multilateral, colaborativa e pró-activa, antecipando o debate, com verdade, de questões caras aos extremistas como as migrações e a segurança”, acrescentou, ressaltando por outro lado, que a luta contra o extremismo não pode cingir-se exclusivamente a uma resposta securitária.

De forma concomitante, é imperativo complementá-la com políticas que promovam o desenvolvimento sustentável e a inclusão social e económica, alertou.

Concluiu afirmando que é no combate às desigualdades, que se pode utilizar as ferramentas mais poderosas para mitigar as causas estruturais da radicalização, como a pobreza, a exclusão social e a desigualdade económica.

“Com a criação de oportunidades equitativas em educação, emprego digno, participação cívica, acesso aos direitos sociais e culturais, estaremos a desmantelar as causas profundas da radicalização”, enfatizou.

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