O presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires, enalteceu hoje a forma “patriótica” com que a sociedade civil celebra o centenário do nascimento de Cabral, em contraste com a “timidez” com que as autoridades oficiais o estão a fazer.
Pedro Pires falava na cerimónia de homenagem ao centenário do nascimento de Amílcar Cabral, durante o XII Encontro de escritores de Língua Portuguesa, que decorre na capital cabo-verdiana, organizado pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), juntamente com a Câmara Municipal da Praia.
“A notoriedade que a celebração do centenário vem granjeando contribui para o incremento da nossa autoestima e igualmente para o reforço da nossa coesão nacional”, disse o antigo companheiro do “pai” da independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.
E prosseguiu: “Esta dimensão imaterial pode constituir um valor simbólico que impulsiona a confiança e o estímulo ao esforço quotidiano, individual e coletivos, que estamos chamados a prosseguir, em apoio à consolidação à nossa independência e à salvaguarda à soberania do nosso Estado, dois constituintes fundamentais para que a nossa libertação continue a fazer sentido e a ter significado”.
Numa altura em que se intensifica a agenda das celebrações deste centenário, Pedro Pires disse que os positivos resultados conseguidos, dentro e fora do país, “não seriam possíveis sem a apropriação patriótica e comprometida do centenário da memória de Amílcar Cabral pela sociedade civil cabo-verdiana e sem a participação empenhada e entusiástica da maioria das instituições académicas, culturais, profissionais, escolares e juvenis”.
“A nossa sociedade civil tem operado como seu sustentáculo de maior valia, particularmente em comparação com a timidez dos sinais da participação das autoridades oficias”, observou.
O tema deste encontro de escritores é "Literaturas, Liberdade e Inclusão". Além da homenagem a Amílcar Cabral, o evento celebra ainda o quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões.
Comentários
Casimiro Centeio, 6 de Set de 2024
Pobre é a Nação que não tem heróis, mas mais pobre ainda é a Nação que, tendo heróis, não consegue lembrá-los e honrá-los.
Se eles não conseguem honrar e lembrar Cabral, nós somos quantos podemos fazê-lo !
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