Governo aumenta subsídios no quadro do orçamento do Estado para 2020, visando sobretudo compensar as linhas de transporte marítimo que são deficitárias. Assim, prevê-se gastar mais 11,5% em subsídios pagos através do Orçamento do Estado no próximo ano, face a 2019, atingindo o montante de 645 milhões de escudos.
A informação consta da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2020 de Cabo Verde, aprovada em conselho de ministros e que vai estar em discussão até dezembro na Assembleia Nacional, prevendo uma dotação orçamental total de 645 milhões de escudos (5,8 milhões de euros) para subsídios.
Trata-se de um aumento de 11,5% face à estimativa da execução do orçamento de 2019, justificado nesta proposta, “essencialmente pelo aumento da verba prevista para fazer à indemnização compensatória das linhas marítimas deficitárias”.
Essa compensação em concreto, que em 2020 subirá para 368 milhões de escudos (3,3 milhões de euros), representa um aumento superior a 22% face a 2019, e terá financiamento através de receitas consignadas ao Fundo Autónomo do Desenvolvimento e Segurança dos Transportes Marítimos.
Desde agosto que a empresa Cabo Verde Interilhas assume a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e mercadorias.
A empresa é detida em 51% do capital social pelo grupo português Transinsular, cabendo o restante a armadores cabo-verdianos.
Da proposta de Orçamento de Estado para 2020 consta ainda um montante de 100 milhões de escudos (900 mil euros), inalterado face a 2019, destinado ao financiamento da tarifa social de fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água.
Globalmente, a proposta de Orçamento do Estado para 2020 é de 73 mil milhões de escudos (663 milhões de euros), mais dois mil milhões de escudos (18 milhões de euros) do que o documento ainda em vigor, e prevê um crescimento económico de 4,8 a 5,8% do produto interno bruto (PIB), comparando com 2019.
Para o próximo ano económico, o Governo cabo-verdiano estima uma inflação de 1,3%, um défice orçamental de 1,7% e que a taxa de desemprego baixe dos atuais 12% para 11,4%.
Relativamente à dívida pública, o executivo prevê uma redução do peso para 118,5% do PIB durante o próximo ano económico, menos 1,5 pontos percentuais em relação a este ano (120%).
Com Lusa
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