O Governo assina esta sexta-feira, 15, com o Fundo Orio, da Holanda, um acordo de donativo, no montante de 10 milhões de euros, para a construção do terminal de cruzeiros no Porto Grande de São Vicente. Dinheiro que vem se juntar aos 16 milhões, em empréstimo, conseguidos por Olavo Correia junto da OFID, nos EUA. O restante será a contrapartida nacional.
O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, informou hoje na sua página na rede social, que o Governo vai assinar na próxima sexta-feira, no Mindelo, um acordo de donativo no valor de 10 milhões de euros, a fundo perdido, como parte do financiamento para as obras do Terminal de Cruzeiros de São Vicente, cujo concurso de construção deve ser lançado agoira neste mês de Junho, como o proproio Olavo Correia havia anunciado.
A obra custa no total 29 milhões de euros e, desse montante, 16 milhões correspondem ao financiamento já garantido pela OFID, uma instituição de financiamento ao desenvolvimento criada para promover o progresso social e económico no mundo, cujo acordo Olavo Correia rubricou, em Washington, no mês de Abril, aquando da sua deslocação aos EUA, para participar das Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
O restante do financiamento (3 milhões de euros) corresponde à contrapartida nacional, segundo o número 2 do Governo. “Estamos a falar de um projecto importante para a ilha de São Vicente e que vai posicionar Cabo Verde enquanto destino do turismo de cruzeiros”, considerou Olavo Correia, para quem “é essencial” uma “boa gestão de futuro deste empreendimento”, para que os resultados sejam “impactantes para ilha e para todo o país”.
“Este financiamento é um montante expressivo para São Vicente que, juntamente com os projectos privados que ali também estão a ser ultimados, será criado um quadro diferente para a ilha, que merece e tem todas as condições para ser uma ilha desenvolvida”, ajuntou a mesma fonte.
Assim, com a montagem financeira em vias de conclusão, a fase seguinte será a de preparação de toda a documentação do concurso e dos estudos atinentes.
No mês de Março, em entrevista à Inforpress, o presidente do conselho de administração da Enapor, Portos de Cabo Verde, Jorge Maurício, afirmara que, “numa perspectiva realista”, as obras do terminal de cruzeiros projectado para São Vicente poderiam arrancar em 2019.
“Ainda em 2018 pretendemos lançar o concurso para a execução da obra e, após isso, com os timings próprios, pensamos que em 2019 poder-se-á dar início às obras de construção do terminal de cruzeiros, numa perspectiva realista”, concretizou o PCA da Enapor.
O projecto do terminal de cruzeiros já é tido como “muito importante” para a economia de Cabo Verde, no entendimento do Governo, pois o mesmo vai ser “naturalmente” uma zona de expansão do Porto Grande, neste momento “bastante congestionado” com a actividade da pesca e de movimentação da carga convencional, entre outros factores.
O terminal de cruzeiros projectado para o Porto Grande de São Vicente terá dois berços de 400 e 350/300 metros, respectivamente, uma profundidade máxima de 11 metros, e será servida por uma gare marítima para passageiros, uma vila turística junto à marginal que vai ter lojas, free-shops, restaurantes, bares, pequenos museus e souvenir.
Números avançados pela Enapor indicam que, actualmente, só em São Vicente, os navios de cruzeiros "deixam mais de 4 milhões de euros/ano", e que os turistas gastam entre 30 a 40 euros por pessoa, e com uma margem de progressão “muito favorável” por se tratar de um negócio que “cresce todos os anos” a nível mundial.
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