O balanço do PAICV sobre a TACV é dramático. “Acumulação de prejuízos, injecção de centenas de milhares de contos dos contribuintes, gestão defeituosa de frotas levando a paralisação de aparelhos em plena época alta por falta de manutenção a tempo”, é o balanço que o maior partido da oposição faz da TACV.
Julião Varela, Secretário-Geral do PAICV, que falava hoje em conferência de imprensa na cidade da Praia, desafia o Governo a responder ao país as seguintes questões” “Qual é o desempenho do Conselho de Administração apresentado como competente para gerir a empresa; Onde estão as meias dezenas de aviões prometidas no acto da assinatura do memorando com a Icelendair, cujo conteúdo só o Governo conhece; Porque razão a Icelendair ainda não entrou com o Boeing para socorrer a TACV neste momento mais dramático da vida da empresa?”
O PAICV lança estas questões porque, conforme avança Julião Varela, os cabo-verdianos devem ser informados sobre “as reais contrapartidas do acordo, do montante que já está e vai ser pago ao gestor no quadro da parceria estratégica com a Icelendair”, entre outros compromissos, respostas essas que serão fundamentais para que o país possa saber “para que serve o parceiro estratégico”.
Com efeito, Varela observa que em relação à parceria com a Icelendair “ não há até agora quaisquer resultados, relembrando que “apenas se sabe que já foram pagos 100 mil euros iniciais pela assinatura do contrato, 180 mil euros correspondentes à gestão dos dois primeiros meses do contrato”, em mais nada.
Neste contexto, o maior partido da oposição questiona a bondade desta parceria, uma vez que já lá vão 2 meses a pagar, num total de 11 meses, que é o período estabelecido com a Icelendair para alavancar a empresa “e não se conhecem resultados”. Este quadro interpela o o partido tambarina a concluir que “a promessa de 1 avião Boeing de imediato, se calhar caiu em saco roto, poucas esperanças ficam em relação aos outros 2 aprazados para até Dezembro próximo”.
“Assiste-se ao desmoronamento total da empresa. Primeiro é lhe retirada a rota doméstica, depois foi retirada a rota regional e agora não tem aeronave para operar a nível internacional”, acusa o PAICV, dizendo-se desiludido com a postura do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, quando disse não ter “nada a ver com a gestão da TACV”.
Para Julião Varela, o primeiro-ministro é quem responde em última instância pela gestão das empresas do Estado. “O Conselho de Administração é nomeado pelo chefe do Governo para executar o programa definido por este”, observa Varela, acrescentando que “importa falar a verdade aos cabo-verdianos e dizer que o primeiro-ministro é sim gestor principal de todas as empresas do Estado e ou maioritariamente participadas pelo Estado”.
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