O presidente da Câmara Municipal de São Filipe denuncia crise energética prolongada na ilha e exige investimentos na central única. Segundo Nuías Silva, “é impossível desenvolver um território com um serviço ruim por uma empresa que deveria ser eficiente”, e sublinhou que a Electra tem a obrigação de garantir um serviço de qualidade tanto às instituições como aos consumidores.
O presidente da Câmara de São Filipe, Nuías Silva, denunciou nesta quarta-feira, 15, a “grave situação” que a ilha do Fogo enfrenta há mais de um ano com os cortes cíclicos de fornecimento de energia eléctrica, atribuídos à “má gestão” da Electra.
Nos últimos dias, a situação tem vindo a agravar-se com cortes de mais de 12 horas em alguns bairros e localidades, o que Nuías Silva considera "lamentável", advogando que os cortes prolongados estão a comprometer a economia do município e da ilha, bem como a prestação de serviços públicos essenciais.
Ausência de planeamento “apaga” serviços públicos
“É impossível desenvolver um território com um serviço ruim por uma empresa que deveria ser eficiente”, afirmou o também presidente de Conselho Directivo da Associação dos Municípios do Fogo e Brava, sublinhando que a Electra tem a obrigação de garantir um serviço de qualidade tanto às instituições como aos consumidores individuais.
O autarca de São Filipe chamou a atenção para a ausência de um planeamento eficaz no fornecimento de energia, com cortes ocorrendo durante o horário normal de funcionamento de serviços públicos e privados.
Ainda segundo Nuías, é inaceitável que zonas centrais e estratégicas, como o centro histórico de São Filipe, onde funcionam os serviços da Câmara, do Tribunal, de Registo e Notariado, clínicas e hotéis, fiquem sem energia entre as 08:00 e as 16:00.
“Devia haver um planeamento. Entendo que avarias acontecem, mas é preciso priorizar as instituições da República e serviços essenciais no horário normal de funcionamento”, sublinhou o autarca.
Zonas sem água durante várias semanas
Nuías Silva também relacionou a falta de energia com o problema no abastecimento de água, agravado pelo calor extremo que tem assolado a ilha. “Há zonas que passam semanas sem abastecimento de água porque a energia é fornecida fora dos horários adequados”, denunciou.
A crítica estende-se à deficiente comunicação da Electra com os consumidores, pelo que o presidente da edilidade lamenta a falta de informações claras sobre os cortes programados e as linhas de atendimento da empresa, que deixam os cidadãos sem resposta.
“É um apelo em nome dos munícipes. Chegou o momento de dar um basta. Estamos a perder em termos de dinâmica económica e a qualidade de vida das famílias está a ser gravemente afetada”, disse Nuías Silva.
O também presidente de Conselho Directivo da Associação dos Municípios do Fogo e Brava exige uma resposta urgente do Governo e da administração da Electra, solicitando investimentos na infraestrutura energética da ilha, incluindo na central única, geradores e recursos humanos.
“Talvez os técnicos estejam exaustos. É preciso investir para garantir um serviço de qualidade. Caso contrário, será um verdadeiro caos na prestação de serviços e na economia local”, sublinhou Nuías Silva.
C/Inforpress
Foto: Captura de imagem/Facebook
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Comentários
Casimiro Centeio, 15 de Out de 2025
A recuperação dos prejuízos causados pela péssima governação de UCS levará anos . É uma visão lógica . Segundo o dito popular: quem perder o dia de hoje, terá que andar 3 dias atrás do dia perdido . Mas essa metáfora se refere àquele tempo. Hoje, talvez , se refira a 30 dias , 1 ano ou nunca mais...
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