O presidente do conselho de administração da Enapor, Alcídio Lopes, disse hoje à Inforpress que retomaram os trabalhos do processo para a privatização dos portos e que a empresa prevê lançar o concurso público internacional em meados deste ano.
Segundo o responsável, o processo esteve suspenso devido à pandemia, mas já há um grupo a trabalhar junto com a assistência técnica internacional no relançamento.
“O processo está retomado à condição de uma equipa de trabalho, que envolve diversas entidades públicas como, por exemplo, o Ministério do Mar, o das Finanças, a Enapor, a Autoridade da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente. E essa equipa conjuntamente com a assistência técnica e a Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado acompanha, coordena e faz esse processo andar”, garantiu Alcídio Lopes.
Conforme a mesma fonte, com a decisão de privatizar os portos de Cabo Verde, o Governo traçou o objectivo de levar para a actividade portuária o sector privado, operadores internacionais e parcerias nacionais, capazes também de adicionar volume à actividade.
“Trazer know-how e capacidade de investimentos. Há esse objectivo traçado pelo Governo e a mais valia o Estado pode não ficar preocupado com as actividades dos portos e concentrar-se no processo de planeamento das infraestruturas e gestão dos contratos”, destacou o administrador, para quem “o Estado não será um player directo das operações mas um player de regulação e do planeamento futuro, como acontece em toda a parte do mundo”.
O presidente do conselho de administração da Enapor garantiu, igualmente, que “as obras do terminal de cruzeiros já estão em curso, os períodos já estão a decorrer” e o projecto edificado será entregue “no prazo de 22 meses”.
“Existem um conjunto de processos e de mobilização até ver a velocidade de cruzeiros relativamente em termos de obras. Mas a fiscalização e o empreiteiro estão a trabalhar neste processo tendo em vista a um ritmo mais evoluído, mas a obra já está consignada e está em curso para todos os efeitos”, sustentou a mesma fonte, garantindo que há um compromisso global com todos os parceiros entre os quais os Países Baixos que também financiam o projecto.
Adiantou ainda que há várias fases do projecto, além de obras de construção civil, quer marítimas quer terrestres, acrescentando que se vai conseguir uma gare marítima na parte terrestre, conquistar uma área de três mil metros quadrados onde será o enraizamento do cais, que terá 400 metros. “Estas serão as obras físicas que ficarão visíveis”, explicou.
Mas, ajuntou, há outros componentes do projecto, como o “trabalho do software do destino Cabo Verde, que tem uma fatia significativa do financiamento e que irá envolver parceiros diversos e operadores”, e também “a própria gestão da infra-estrutura que irá exigir uma gestão profissionalizada e que será contratualizada”.
O terminal de cruzeiros da ilha de São Vicente será um dos maiores investimentos públicos recentes no arquipélago. Segundo as projecções do Governo, quando estiver pronto, deverá receber anualmente 200 mil turistas de cruzeiro.
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