A Cabo Verde Online S.A (CVOL), apresentou recentemente, por escrito, uma proposta de aquisição e resgate da Cabo Verde Fast Ferry (CVFF), mediante um investimento de 18,5 milhões de euros. De acordo com a carta de intenção, ao qual a Santiago Magazine teve acesso, o proponente estará em condições de investir de imediato cinco milhões de euros (5M€) em dinheiro, para além de garantia de liquidação do empréstimo obrigacionista da CVFF, no valor total de 13.5M€.
De acordo com a referida missiva, a CVOL assumiria a liquidação dos empréstimos obrigacionistas identificados como Grupo A já em julho de 2019, num total de 210 milhões de escudos, e posteriormente a liquidação das obrigações dos grupos B e C avaliados em 1.290 milhões de escudos.
A Cabo Verde Online S.A, como se sabe, pertence a Agnelo “Andy” Andrade, fundador da Cabo Verde Fast Ferry, que tem estado ativo na busca de parceiros e soluções para evitar o encerramento da CVFF que, como se sabe, apresenta uma situação de falência técnica, devido a uma “situação grave de insuficiência de capital”, e uma “situação líquida negativa em valor superior a 650 milhões de escudos”, conforme a fonte citada.
Santiago Magazine sabe que Andrade estará em contato e terá já entendimento com um potencial parceiro estrangeiro com carteira de investimentos superior a 1 bilhão de euros. De acordo com a carta assinada por Andy Andrade, esta será uma solução definitiva para não só impedir o fecho da CVFF como para permitir o desenvolvimento e consolidação, com futuros investimentos na melhoria da frota e das condições atuais da empresa. É também uma forma da CVOL expandir os seus negócios em Cabo Verde.
A CVOL, para quem não conhece, que em tempos dedicou-se ao jornalismo, sobretudo, a partir dos Estados Unidos no espaço da Diáspora cabo-verdiana, lançou-se no ramo do turismo com investimentos nas ilhas do Sul de Cabo Verde, em particular a ilha da Brava, através de reabilitação e gestão de propriedades e prestação de serviços terceirizados. Um projeto para os próximos tempos é a construção de um Resort e Centro de Conferência com 160 quartos.
Quanto à proposta referente à aquisição do total das ações da CVFF, resta saber agora qual será a resposta do conjunto de sócios e obrigacionistas e que inclui o Estado, representado pelo Governo, e várias empresas e empresários individuais.
Recorda-se que no passado mês de março o Ministro de Economia e Transporte, Jose Gonçalves anunciou, em entrevista à RDP África, a extinção da empresa CVFF, tendo este, depois de confrontado, afirmado dias depois “terem as suas palavras sido descontextualizadas e, assim, mal interpretadas. Na mesma ocasião e comunicado, o Governo prometeu dar todo o apoio necessário à CVFF para que esta pudesse continuar a prestar o serviço de transportes marítimos interilhas, com segurança, regularidade e comodidade, “até que sejam encontradas soluções iguais ou melhores com condições de maior sustentabilidade económica e financeira”.
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