Banco Central deve anunciar nos próximos dias as condições da prorrogação das moratórias de credito para o setor turístico

Economia

A secretária de Estado do Fomento Empresarial, Adalgisa Vaz, disse hoje que, nos próximos dias, o banco central vai anunciar as condições da prorrogação das moratórias de crédito, que deverá beneficiar as empresas do sector turístico.

Adalgisa Vaz, que falava ao jornalista durante uma sessão de conversa com os alunos do Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais (ISCEE), disse que o Governo fez todo um trabalho de sensibilização, havendo já garantias da parte do Banco de Cabo Verde (BCV) de que a medida, que seria suspensa a 31 de Março, vai ser prorrogada.

“Nós sensibilizamos o BCV para considerar uma prorrogação das moratórias para as empresas do sector do turismo e temos a garantia do BCV que está a acompanhar com interesse, e que nos próximos dias vai formalizar, através de aviso, que é o mecanismo de comunicação do BCV”, disse.

Questionada sobre o período de prorrogação e das condições que as empresas deverão ter para continuar a beneficiar dessa medida, a governante adiantou que a intenção é que a mesma seja estendida para até finais do ano, abrangendo apenas o capital em dívida.

“O que tem sido aventado é que seja para o ano de 2022, mas como disse o vice-primeira-ministro, será para empresas do sector do turismo e provavelmente apenas moratórias no que diz respeito à capital. Terão de pagar os juros, mas isto quem vai melhor definir e formalizar é o BCV que é entidade que comunica com os bancos”, acrescentou.

As moratórias ao crédito foram aprovadas no final de Março de 2020 e previam um primeiro período de seis meses, até 30 de Setembro do mesmo ano, tendo sido então prorrogado até 31 de Dezembro – e posteriormente novamente prorrogadas, devido à evolução da covid-19, cujos impactos das medidas com vista à sua mitigação se fazem sentir na dinâmica económica e na situação financeira do país.

Dados do BCV apontam que até Junho do ano 2021, o stock de crédito em moratórias atingiu cerca de 25 mil milhões de escudos, equivalente a 20% do total de crédito bancário estimado em 132 mil milhões de escudos.