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STRIBILIN (14ª parte)
Cultura

STRIBILIN (14ª parte)

LXXII CENA

PEDRINHO – Denxo Barba, queria que me fizesses uma carta para mandar à minha noiva em Caiumbra. Há três meses não nos vimos e estou morto de saudades dela.

DENXO – Trouxeste o papel da carta?

PEDRINHO – Se me fazes esse favor, vou comprar num instante à casa da Vinda de José Monteiro.

DENXO – Faço-te a carta, sim. (Pedrinho sai e volta com um papel de carta e um envelope e entrega ao Denxo) O que é que tu queres mandar dizer-lhe?

PEDRINHO – Diz-lhe que mandei fazer estas duas regras de papel mal feitas para dizer-lhe que, se ela ouvir que morri, para não estranhar, porque sempre que nela penso fico doente, e que morro quando dela me lembrar. E que se não a vejo, considero-me sepultado. (Denxo escreve) Que sempre que ouço onda do mar a rolar na areia, imagino o seu fôlego… a sua voz mansa a conselhar-me (segredar-me) ao ouvido. Que todas as noites quando vejo a lua redonda alumiar riba lá no céu, comparo aos seus olhos grossos sukundidu (escondidos) atrás de kutelu (uma montanha) a espreitar-me. Que esta noite sonhei que acabamos de assistir a última reunião para o nosso casamento. Que ofereceram-me três contos para o meu djaki (boi) mais pequeno e estou a pensar em vendê-lo para abrir cabouco e depois de azágua começar a fazer a nossa casa   para   sermos donos das nossas chaves, para quando chegarmos, metermos na fechadura e abrirmos a nossa porta. Que anteontem, noite a dentro, terminei de estilar e, este ano obtive vinte garrafões de grogue da minha parte. Que mandei-lhe muitos beijos e, se Deus quiser, dia dois de Fevereiro os nossos olhos farão quatro. Que estamos longe de vista, mas pertos do coração.

DENXO (acaba de escrever a carta, faz-lhe uma advertência antes de lha entregar) – Tens alguém para lhe levar a carta?

PEDRINHO – Vou ver se Djonsa Firme, ou Rodrigo, ou qualquer dos rapazes condutores do basculante, lha leve.

DENXO – Tu tens coragem de dar a esses rapazes uma carta para a tua noiva?

PEDRINHO – É verdade. Tens razão! Esses rapazes são muito velhacos. Principalmente o senhor Djonsa Firme… condutor do Estado?! Não vou mandar por eles, não.

DENXO – Se não tens muita pressa… e se não te importes, eu vou a João Garrido depois de amanhã. Posso fazer-te esse favor, passo pela Caiumbra e dou-lhe a carta.

PEDRINHO – Então guardas a carta e quando fores, dizes-lhe para me mandar resposta contigo sem falta.

DENXO – Podes ficar tranquilo.

LXXIII CENA

Frente a frente um do outro, Maria visivelmente contente.

DENXO (com a carta na mão) – Maria, tenho esta carta que Pedrinho de Nha Joana pediu-me para te entregar.

MARIA (toma a carta) – Obrigada, Denxo Barba, muito obrigada. Ele está bem? Nada lhe mexe?

DENXO – Está gordo, rijo e valente. Como quem não se preocupa com nada.

MARIA – Meu Deus! E eu aqui a morrer de saudades dele! Não consigo pregar os olhos!

DENXO – Então toma e lê. Eu vou até João Garrido, na volta passo por cá para tomar a resposta e levá-lo.

MARIA – Ok. Vou levá-la ao meu afilhado que anda na quarta classe para ma ler e escrever a resposta para tu levares.

DENXO – Dentro de uma ou duas horas, mais ou menos, estarei de volta.

MARIA – Obrigada, Denxo. Fico à espera.

Denxo sai por um lado e a Maria por outro.

LXXIV CENA

Maria, muito triste e a pensar. Ouve-se a voz off do Pedrinho.

«Se ouvires dizer que morri, não te preocupes, nem chores, porque tapo-te os olhos com pau-de-finado. Eu pensava que tu eras a mulher da minha vida, mas dei conta que não serves nem para cuidar das minhas alimárias, quanto mais de um homem e de uma casa… e construir família. Felizmente dei conta cedo. Armas em religiosa para veres se enganas macaco. E sem vergonha, dizes que não preciso de amolar a minha faca porque não te mato o porco. Julgas que sou algum tolo, que caso com uma mulher sem que primeiro me dê prova, para achá-la velha e os rapazes me troçarem? E para já não és nova. Se fosses nova, davas-me prova quando eu te pedi. Agora, fazes de conta que nunca nos conhecemos e, se encontrares comigo pelo caminho, não olhes para mim, muito menos falar-me, porque parto-te a dentuça. E fique sabendo que tenho a minha noiva e, não quero que a incomodes. Ela é mais bonita e mais (bazofa) elegante do que tu, tem terceira classe de escola. Sabe ler e escrever, contar e fazer contas. Gosto tanto dela que quando ouço ondas do mar a quebrarem na areia, parece-me o fôlego dela… aquela mansa dela a “sotir” no meu ouvido; sempre que vejo a lua redonda a alumiar riba lá no Céu, parece-me os seus olhos grossos a (joverem) olharem na minha direção. Ela não é como tu que só te interessas por mim (pamodi) porque sabes que tenho boi gordo para vender, cabouco (kobadu) feito para fazer a minha casa e calda a destilar para fazer grogue. Para terminar, quero deixar-te saber que se Deus quiser dia dois de Fevereiro irei à festa em São Domingo, eu e a minha noiva, mulher da minha vida».

DENXO (vai ter com a ela que está absorta em pensamentos) – Como é, Maria? (Ela levanta a cara e olha-o com tristeza) O que é isto? A carta não estava bem escrita? (Maria entrega-lhe a carta e ele finge ler em silêncio. Ouve-se voz off do Pedrinho. Denxo finge-se surpreendido. Levanta a cara e resfolega profundamente) Ave-maria, Maria! Isto é coisa que um homem tem coragem de fazer uma mulher?!

MARIA – Que me importa! Ele pode dizer o que quiser. Não restei, nem vou restar. Como dizem, se lenços há muitos, chapéus também há bastantes.

DENXO – Maria, Pedrinho enganou-me. De jeito que ele parecia sorna?!

MARIA – Ele finge sorna para enganar criaturas. Mas é daqueles que tira o ovo do cu da garça em pleno voo.

DENXO – Nunca imaginara que ele fosse assim tão fingido.

MARIA – Por isso é que dizem que os homens são cachorros.

DENXO – Não dá para perceber as coisas deste mundo, Maria. Tu agora tens a tua dor, dizes que todos os homens são cachorros; eu também, tenho as minhas razões para dizer que as mulheres são todas cachó… são todas levianas.

MARIA – Cada doente tem a sua doença, cada qual queixa a sua dor. Mas há umas dores que doem mais do qe outras.

DENXO – Pois é, Maria. Eu também já passei pelo que estás a passar.

MARIA – Não acredito. Aliás, é impossível.

DENXO – Podes não acreditar, mas na verdade, passei. E parece-me, que o meu caso foi muito pior do que o teu.

MARIA – Só morrendo… e da pior forma.

DENXO – Olha, eu já deveria estar casado há mais de seis meses.

MARIA – E então? Acabaste por descobrir que já a noiva não te merecia?

DENXO – Pelo contrário. Mas eu conto-te. O casamento estava já preparado, com a data marcada, os amigos e familiares convidados, inacreditavelmente apanhei a minha noiva abraçada com um choufer de basculante.

MARIA – A sério?!

DENXO – É só para tu veres. Mas não digo que todas as mulheres são iguais.

MARIA – Tens razão.

DENXO – E ainda achou que ela é que tinha razão. Ficou a descompor-me, perguntando-me se a vejo com cara de mulher que casa com um homem que só sabe fazer gabião e trabalhar nos diques… ou esperar que os pais morram para herdar.

MARIA – Denxo Barba!!!

DENXO – Maria, posso perguntar-te uma coisa?

MARIA – Podes perguntar à vontade.

DENXO – Gostas muito do Pedrinho?

MARIA – Para dizer-te a verdade… gosto muito dele, sim.

DENXO – O mundo é deveras complicado! Infelizmente quem não merece, ou quem não precisa é que encontra. Eu não sei o que é que o Pedrinho acha que tem melhor do que tu.

MARIA – Ele não deve estar bom da cabeça!

DENXO – Garanto-te que está. E que também está muito feliz. O que eu não sabia era que ele andava tão apaixonado pela outra. Ele não teve coragem de me dizer, mas agora, já percebi.

MARIA – Se Deus quiser… também há-de aparecer algum homem que case comigo… para ele ver.

DENXO – Maria, quando aconteceu aquela cena comigo, quase que jurei nunca mais amar alguém… nunca mais pensar em me casar. Mas dada à tua situação, se tu quiseres, e para que o Pedrinho e aquela fulana que me desprezou aprendam a lição, casamo-nos os dois. Como eles não precisam de nós, mostrar-lhes-emos que tu e eu precisamos um do outro.

MARIA – Não, Denxo. Eu não sei se ele ainda não venha a arrepender-se!

DENXO – Arrepender-se?! Terias coragem de lhe perdoar, pelo que te fez, se um dia a sua doutora o abandonar?

MARIA – Denxo, as vezes fazemos coisas sem pensarmos… sem nos apercebermos, pouco tempo depois arrependemo-nos. Pode ser que ele me tenha feito isso, mas que daqui há dois dias se venha arrepender e correr a trás de mim a pedir perdão.

DENXO – Perdoar-lhe-ias?

MARIA – Se Cristo perdoou aqueles que o pregaram na cruz… quem somos nós os pecadores para não perdoarmos os outros?

DENXO – Já reparei que estás desatinada. Que não és capaz de amar mais nenhum homem neste mundo que não Pedrinho.

MARIA – Estás enganado, Denxo Barba. Imagina que, só para eu me vingar dele, começo já a namorar contigo e, mais tarde não der certo.

DENXO – Só se não der certo da tua parte. Como não tenho sorte com vocês!

MARIA – Ele não disse que vem à festa do dia dois de Fevereiro? Quando ele vier eu tiro as provas. Se ele não me der atenção… conforme te disse… talvez poderei namorar contigo.

DENXO – Não me digas que vais correr atrás de um homem que não te quer?

MARIA – Eu não vou correr atrás dele. Mas, se ele me chamar…

DENXO – E responderias?

MARIA – Se ele me chamar… eu respondo. Conversaremos cara-a-cara e, se for necessário, acabaremos definitivamente.

DENXO – E se o visses junto com a namorada… junto com a noiva dele, dirigir-te-ias a ele?

MARIA – Isso agora… que ele nem ameace chamar-me! Serei capaz de deitá-lo ao chão com uma pedrada nos joelhos.

DENXO – Bom, então eu fico à espera. Conforme dizem, a esperança é a última a morrer e a criança é a primeira a charar.

MARIA – De qualquer maneira, muito obrigada pelo favor que me fizeste. E quando chegares diz-lhe que não tenho resposta para ele. Que Deus no céu, um dia nos há-de julgar.

DENXO – Ok. Deixa-me então ir embora. Adeus.

Saem cada um por um lado.

LXXV CENA

Pedrinho entra num bar e encontra Denxo e Beluca sentados numa mesa a consumir.

DENXO – Olha, Beluca, tu vais ficar aqui a conversar com Pedrinho, quando a Maria entrar juntamente com o Patrício, tu finges abraçar Pedrinho e segredá-lo ao ouvido. Vas passando-lhe a mão pelo cabelo e por outros sítios tais, de forma a provocar-lhe ciúmes. Percebes?

BELUCA – Como se tu não me conhecesses, Denxo Barba! Eu sou menina da boca do porto, rapaz! Rubon-Baleia pariu-me, Areia-Grande criou-me e Nhu Santiago Maior ensinou-me. E ainda fui estagiar-me nos Estados Unidos. Ou queres ensinar rezar a missa ao padre?

Entra o Pedrinho.

DENXO – Ainda bem que chegaste, Pedrinho. Estava aqui a falar com Beluca, a contar-lhe o que é que a Maria te fez. Ela conhece bem a Maria. Costumam trabalhar juntas na BTEFA, a carregar pedras para revestimento de poços.

BELUCA – É verdade Pedrinho. Eu conheço-a como conheço a minha calcinha. Ela tem essa mania de arranjar um homem hoje, e antes de acabar o namoro arranja outro, sobretudo, se for homem com alguma posição. Quando trabalhávamos juntas, não houve um único capataz que não a namorou.

PEDRINHO – Sempre dizem que o Diabo é feio, mas que quando quer enganar alguém, não há nada mais bonito do que ele.

DENXO – Felizmente estás ciente. Demónio é feio quando quer… isto é, quando quer enganar criatura.

PEDRINHO – Conheço Maria desde criança, mas nunca sabia se ela era assim.

DENXO – Pedrinho, eu vou até Rubon-Chiqueiro resolver um assunto e volto já. A Beluca fica aqui a fazer-te companhia. Estás com dinheiro para tomarem um sumo, enquanto eu não voltar?

PEDRINHO – Estou com dinheiro, sim.

DENXO – Ainda bem… (finge levantar-se e volta a sentar outra vez) é verdade… (para Beluca) dá-nos uma licençazinha só para eu dizer uma coisa ao Pedrinho. (Beluca levanta e sai. Denxo coloca a sua mão direita ao ombro esquerdo do Pedrinho) Tens duzentos escudos que me emprestes, quando eu voltar de Rubon-Chiqueiro dou-tos? (Pedrinho puxa a carteira do bolso traseiro, tira uma nota de duzentos escudos e dá-lho) Mas não precisas dizer ninguém que te pedi dinheiro emprestado.

PEDRINHO – Esteja descansado! À quem eu vou dizer? Tu sabes que és o meu melhor amigo!

Denxo levanta, estende-lhe a mão e chama a Beluca.

DENXO – Beluca! (Ela entra) Volto já. Porta-te direito com o meu amigo… aliás, com o meu irmão.

Sai.

LXXVI CENA

Num lugar qualquer fora do bar.

DENXO – Patrício, vai buscar Maria à porta da Igreja quando ela sair da missa, e diz-lhe que fui eu que te mandei buscá-la. (Tira a carteira do bolso, abre e tira cem escudos) Toma este cem escudos e vão esperar por mim no bar de António Soares. Tu vais tomando algumas cervejinhas e pagas alguma limonada à Maria enquanto eu não voltar. Vai-lhe fazendo algo que provoque ciúmes ao Pedrinho, de forma despercebida.

LXXVII CENA

Enquanto Beluca conversa com Pedrinho, ambos com um copo cheio a frente, entra Maria de mãos dadas com Patrício e vão sentar-se no outro canto do bar.

BELUCA – Já tiraste a prova? Ela não é brincadeira! Troca de homem como se troca de calcinhas. Isto é, se não for porca. (Pedrinho fica nervoso) Concentra-te e ignore-a. Eu sei que é difícil, mas se ela não te quer, esquece-a. Ela não é melhor do que tu!

Pedrinho rói as unhas.

MARIA – Meu Deus! É essa a mulher que ele troca por mim?

PATRÍCIO – E quando dizem que os homens são umas bestas, queremos brigar.

Maria acha piada, dá-lhe uma palmadinha no peito e, desprovida de qualquer pretensão, acaricia-o. Pedrinho fica fulo e cheio de ciúmes.

PEDRINHO – Estás a ver?! Não sei para que é que ela está a fazer isto? Se calhar ela pensa que me vai fazer ciúmes?

BELUCA (abraça Pedrinho e segreda-lhe ao ouvido) – Não ligues, Pedrinho.

PEDRINHO – Ligar… eu?! Ainda se ele fosse melhor do que eu!…

BELUCA – Pocha!… Ele nem chega aos teus calcanhares.

MARIA – E essa sem valor, não sei para quê é que está a fazer estas coisas! Ela tem mesmo cara de meretriz… sem vergonha.

PATRÍCIO – E Pedrinho todo bazofo, como se estivesse ao lado de uma granda dama! Granda chula é que ela é!

MARIA – Patrício, eu vou falar com Pedrinho, der o que der.

Tenta levantar-se mas, Denxo entra de repente e ela senta-se de novo. Denxo acena-os com a mão e dirige-se à mesa do Pedrinho.

DENXO – Como é, pessoal? Como é que as coisas estão indo?

BELUCA – Vão andando. Pedrinho é que está a sentir um pouco humilhado com comportamento da sua antigoza. Mas já lhe disse para se concentrar… para pôr coragem.

PEDRINHO – A Maria é uma grande descarada, Denxo,.

DENXO – Tenham calma. (Para Beluca) Vão tomar um pouco de ar fresco lá fora e, para evitar chatice, eu vou conversar com a Maria e o Patrício, peço-lhes para deixarem de vos provocar.

PEDRINHO – Dá-me vontade de ir falar com ela e perguntar-lhe porque é que está a fazer isto comigo. Eu nunca lhe maltratei… sabe-se disso Deus no Céu.

DENXO – Pedrinho, não venhas estragar a festa. Se ela não quer falar contigo… também não fales com ela! Acho que não deves rebaixar tanto perante uma mulher que te despreza!

BELUCA – Pedrinho, por acaso, a conversa não me diz respeito, mas eu acho que Denxo tem razão. Se ela não quer nada contigo… largue-a da mão! (Ela levanta-se) Vamos tomar um pouco de ar fresco lá fora.

Pega-lhe na mão, abraça-o e saem.

DENXO (vai à mesa onde estão Maria e Patrício) – Como é, camaradas? Maria, tudo indica que entre ti e o brejeiro… nem um pio! Nem mantenha tampouco?

MARIA – Como é que ele me ia falar mantenha? Achas que a sua noiva havia de o permitir? Tu não viste como é que saíram daqui agarradinhos como dois casalinhos?

PATRÍCIO – E nem todos os casados.

DENXO (chama balconista) – Senhor balconista, traga duas cervejas frescas… (para Maria) e tu, o que é que bebes?

MARIA – Diz-lhe para trazer-me um pirolito.

DENXO (para balconista) – Mais um pirolito, se faz favor. (Para Maria) E não queres comer nada? Um queque… ou qualquer coisa.

MARIA – De momento não quero nada. Só me apetece beber um pirolito.

DENXO – Eu e Patrício pedimos peixe frito para abafarmos a cervejola. (Para balconista) Traga duas postas de moreia por favor.

MARIA – Denxo, o teu amiguinho não deve estar a rergular bem.

DENXO – Já estou farto de tentar convencê-lo, mas ele está fúria-mar. Está tão apaixonado que teme se tu venhas arranjar escândalo. Evita chegar perto dele o quanto puderes. Ele disse que se tentares estragar-lhe o casamento, não se importa de morrer na cadeia.

PATRÍCIO – Ah nós os homens!!! Perdemos tão rapidamente a noção das coisas. De maneira que Pedrinho era direito?!

MARIA – Eu também, juro-vos, sinceramente, que estou a estranhar o comportamento dele! Parece-me, de certeza, que esta bandida já lhe fez alguma porcaria.

DENXO – Pronto! Então a ti também ele fez porcaria. Nunca vira uma pessoa louca desta forma, por outra que lhe despreza, como tu estás pelo Pedrinho! Ainda não percebeste que ele já tem o seu assunto arrumado? Paciência também! (Maria chora e Denxo tenta consolá-la) Não precisas de chorar. Não viste que ele não te liga. E acho que já é altura de tu decidires e me dares a resposta. Acabaste de tirar as provas: dos nove, pela operação inversa, etc.

Maria chora sem consolo, a cena finda.

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Redação