PAULITO (continuação – 13ª Parte)
Cultura

PAULITO (continuação – 13ª Parte)

Verguinhas volta de casa de banho e dá uma palmadinha amigável ao ombro do Pirex.

PIREX (dá-lhe palmada na mão) – Estou aqui a fazer paródia contigo, mas não penses que esqueci do que me fizeste. Que esqueci que me puseste em tribunal por coisas que não fiz e querias que me mandassem São Martinho!

VERGUINHAS – Deixa-te de rancores. Eu é que devia ter rancor mas não tenho!

PIREX – Não é rancor, camarada…

VERGUINHAS – O quê? Chamaste-me camarada?!…

PIREX – Oh, desculpa. Esqueci-me de que não gostas desta palavra. De que não gostas que a usemos.

VERGUINHAS – Nunca disse para não usar camarada. É que vocês chamavam camaradas a todos e tratavam poucos como tal.

Beluca e Punoi aproximam-se do balcão e posicionam-se estrategicamente. Punoi pede um cigarro e Beluca uma cerveja Malta. Esta afasta-se um bocadinho, agita a garrafa e pede a Empregada que a abra. A pressão faz com que a cerveja se entorne nas roupas dos dois clientes. Fingindo limpar-lhes a roupa, lá vão os carteiristas levando-lhes as carteiras que, depois de as esvaziar na casa de banho, voltam e abraçam-nos em pretextos de solidariedade, aproveitando para meter-lhes as carteiras, subtilmente, no bolso trocado conforme haviam combinados. E piram-se.

PIREX (para Empregada) – Traga a conta.

VERGUINHAS – Eu pago a conta.

PIREX – Não, senhor; pago eu.

VERGUINHAS – Não senhor. Já te disse que eu é que pago.

PIREX (tira a carteira e abre) – Não acredito!...

VERGUINHAS – O quê?

PIREX – Não tenho dinheiro na carteira?!

VERGUINHAS – Deixa estar que eu pago.

PIREX – Mas eu tinha dinheiro.

A Empregada traz a conta num pires e põe em cima do balcão à frente deles.

VERGUINHAS – Deve ser que os 150 contos acabaram e não deste conta. Mas eu pago, pá! (Para Empregada) Traga mais duas cervejas, se faz favor.

PIREX – Eu não quero. O que quero saber é como foi que o dinheiro desapareceu da minha carteira.

VERGUINHAS – Eu pago a conta, homem! Não te apoquentes. Não há crise!

PIREX – Eu sei que tinha dinheiro. Alguém mo tirou.

VERGUINHAS – Não acredito que estejas a duvidar-te de mim?

PIREX – É legítimo duvidar-me de ti. Não é a primeira vez que me tiras o que é meu.

VERGUINHAS (para Empregada) – Desculpe jovem. Traga só a conta. (Para Pirex) Ok. Pago a conta e vamos embora. Já vi que me queres ofender!… (Tira a carteira e abre) Roubaram-me o dinheiro na carteira?

PIREX – Também a ti?

VERGUINHAS – Sim. Não tenho cá nem um tostão. (Repara na carteira que o Pirex tem na mão) Pára aí… a carteira que tu tens é minha!

PIREX (olha também na que o Verguinhas tem na mão) – A que tu tens também é minha.

VERGUINHAS – Roubaste a minha carteira?! Mais uma vez, seu aldrabão?!

PIREX – Eu?! Então tu também roubaste a minha.

VERGUINHAS – Tu não és pirata de brincadeira! Roubaste-me duas vezes nas urnas, agora roubas-me a carteira do bolso?!

PIREX – Tu é que és carteirista. Que és especialista em esvaziar carteiras do povo.

VERGUINHAS – Tens provas?

PIREX – Todo o mundo sabe. Ou já te esqueceste do caso da Embaixada, que num jantar gastaste 600 contos do povo?

VERGUINHAS – Não fui eu. Foi o Embaixador.

PIREX – Foi o teu embaixador.

VERGUINHAS – Também tirei-o de lá.

PIREX – Promovendo-o como PCA de uma grande Empresa do Estado, com o ordenado de quase cinco vezes mais.

VERGUINHAS – O que interessa é que tenha feito bom trabalho. O dinheiro que ele gastou não foi só no jantar. Também comprou roupas para representar condignamente o nosso país lá fora.

PIREX – É verdade. Não comprou foi cuecas. Até me lembro quando ele disse que andava de cabeça levantada e o meu Marloco Sonso parodiou-o com uma anedota: Como não usa cuecas, a cabeça está sempre levantada.

VERGUINHAS – O teu Marloco é mesmo um louco. Aliás, ele mesmo tem essa consciência! Fez um clip nunpriti, e diz: estou doido, doido, doido.

PIREX – Ai se ele te ouvir! Faz-te correr à frente dele como o cavalo lazão.

VERGUINHAS – Por quê? Ele não é louco? O que achas de um homem que veste à muçulmana e adora o Deus chinês?

PIREX – Deus chinês? Estás a passar-te ou quê?

VERGUINHAS – Não ouviste na Televisão que ele criou o BUDA?

PIREX – És mesmo parvo! BUDA significa: Bureau dos Direitos Autorais.

VERGUINHAS – Espero bem que este Burreau não venha a perder algumas letras e tornar-se numa palavra feia. No nome artístico do Marloco.

PIREX – Só inveja! Como não tens ideia! Marloco é um gajo inteligente, pá. É advogado, músico, pintor, poeta, dramaturgo, romancista, rasta e ministro.

VERGUINHAS – E não disseste marceneiro.

PIREX – Mercenário?!

VERGUINHAS – Também podia ser, mas não foi isso que eu disse. Disse marceneiro. Em crioulo diz-se também: carpinteiro.

PIREX – E por que é que ele é carpinteiro?

VERGUINHAS – Não fez um Banco? Um homem que diz-se ter um banco, vais à casa dele e nem um mocho tem para tu sentares, não é maluco? É pior do que Pinóquio.

PIREX – Estás a falar de que Banco? Da Cultura?

VERGUINHAS – Exatamex. Foi criado há quase 4 anos, com pompa e circunstância, entretanto, nenhum projeto ainda foi financiado.

PIREX – Mentiroso. Nha Crentxa de Fonte Lima não recebeu 10 contos para fazer bindes e moringos de papa-lama? (Verguinhas dá uma gargalhada) Estás a rir porquê? E Pampana de Entre Pico Reda não recebeu 5 contos para fazer cestos de folhas de tamareira e objetos com cascas de coco, todos financiados pelo Banco do Marloco?

VERGUINHAS – Ahahahah! Coitados! Dez contos para Nha Crentxa… cinco contos para Pampana…

PIREX – Podes rir à vontade? É melhor do que nada.

VERGUINHAS – Mas Marloco tinha dito que lhes dava até 30 mil contos.

IREX – Ainda está dentro do tempo. O Banco só tem 4 anos. Marloco não brinca em serviços. Vais ver que ele irá dar ainda mais, quando nos aproximarmos das eleições. Tenho a certeza.

VERGUINHAS – Disso também tenho a certeza. Vai dar ainda muito mais, aos que são do vosso clube. Pobrezinhos. Com cinco contitos agora, um saco de cimento e duas varas de verguinha… oh! Verguinhas sou eu. Peço desculpa. Duas varas de ferro depois, os seus votos e de toda a família vão certinhos para os camaradas.

PIREX – Olha como sabes bem como é que isso funciona! Malandro e sem vergonha na cara. Não te lembras do caso ENACOL, quando arranjaste um ajudante para te ajudar a ordenhar a vaca e esconder onze milhões de litros de leite?

VERGUINHAS – Ajudante não. Cuidado com as tuas palavrinhas, seu boca de sapo. Ele era meu Vice.

PIREX (ri-se) – Coitadinha da vaca. Ficou louca como vocês que não se entenderam e repartiram-se em mais do que três fações.

VERGUINHAS – És mesmo um descarado.

PIREX – Descarado és tu e os da tua laia, cuja gana é de estar no poder e mandar à vossa maneira. Lembras-te daquele teu ministro que deste pontapé no rabiosque?

VERGUINHAS – Corri com ele e com os demais que eram atrevidos como ele.

PIREX – Mas depois, sem vergonha, aliou-se a ti para chegar aonde está. Ao lugar onde nunca conseguiste… onde nunca te dei a oportunidade, apesar de várias tentativas.

VERGUINHAS – Não consegui porque me roubaste. É essa a oportunidade que não me deste. E roubaste-me duas vezes.

PIREX – Assim, abres os olhos, camara… camarão assado.

VERGUINHAS – Já estavas quase a chamar-me camarada outra vez.

PIREX – Desculpa.

VERGUINHAS – Lembras-te de que numa das eleições perdi por 11 votos, mas que depois ficou provado que 12 tinhas gamado?

PIREX – Se te roubei duas vezes, meu caro camara… ãozinho, ou sou muito pirata, o que é de reconhecer e louvar num político que se preze, ou és um grande asno que, também, na política infelizmente abunda.

Verguinhas sente-se ofendido e agride ao Pirex. Atira-o ao chão e monta-lhe em cima. Uma Agente da Polícia aparece, aparentemente bêbada e abandalhada, aplica bastonadas ao Verguinhas que está por cima. Este fica por baixo e coloca Pirex em cima. Pirex leva também, levantam-se os dois e põem-se de pé.

PIREX – O que é isto, senhora Agente de autoridade?

AGENTE – Fecha o focinho, delinquente.

A Agente põe Pirex algemas nas mãos.

PIREX – Mas porquê, senhora Agente?

AGENTE – Porque és delinquente.

PIREX – Eu?!

AGENTE – Vá, como é o teu nome?

PIREX – Comandante Pirex.

AGENTE (estupefacta) – O quê?

PIREX – Sim, senhora Agente. Comandante Pi-rex.

AGENTE (para Verguinhas) – Estavas a bater no nosso Ex? (Dá-lhe umas bastonadas). Estás preso. (Retira as algemas ao Pirex e põe no Verguinhas) Insurreto, sem vergonha.

VERGUINHAS – Ele é que me agrediu primeiro, senhora Agente.

AGENTE – Não quero saber. (Dá-lhe um tabefe) Como é o teu nome… vagabundo?

VERGUINHAS – Doutorado Verguinhas.

AGENTE (transtornada) – Como é que é?

VERGUINHAS – Doutorado Verguinhas.

AGENTE – O nosso segundo Ex?

VERGUINHAS – Sim, senhora Agente.

AGENTE (chora enquanto lhe retira as algemas) – Desculpem-me, por amor de Deus, senhores Ex. Sou pobre e tenho treze filhos pequenos. O meu marido bebe muito e está desempregado, dja dura.

EMPREGADA – A senhora não conhece os nossos Ex?

AGENTE – Só os vejo na televisão, isto é, na altura das campanhas. (Para os Ex) Por favor, senhores Ex, não me despeçam do trabalho por amor dos meus meninos.

PIREX – A senhora não sabe ler? Não tem segundo grau?

AGENTE – Não, senhor. Só sei ler e assinar o meu nome? Tenho 1ª fase de Alfabetização.

VERGUINHAS – Então como conseguiu entrar na Polícia?

AGENTE – Foi um chefe com quem traia o meu marido que me fez um jeitinho.

PIREX (para Verguinhas) – De certeza, deve ser algum chefe do teu tempo.

VERGUINHAS (para a Polícia – Quem era esse chefe?

AGENTE – Ele já morreu. Era combatente. Quer dizer… recebia pensão como Combatente da Liberdade da Pátria.

PIREX – A que propósito faz a senhora essas afirmações?

AGENTE – Ele costumava dizer que quando foi o 25 de Abril ele era capataz de mondrongos em Angola, que punha os pretos a trabalhar à força, debaixo de chicotadas.

VERGUINHAS (para Pirex) – Afinal era um dos teus homens.

AGENTE – Antes de ele morrer, trabalhava para o tio do segundo Ex.

PIREX – Estás a ver?! Mais um que acabou na tua equipa. (Param um pouco) Mas, pronto. (Olham-se um para o outro, abraçam-se, depois apertam as mãos) Como advogado, o que achas que devemos fazer?

VERGUINHAS – Deixemos isso ficar aqui e como está. Esse tipo de escândalo, entre nós, é pior do que vírus da SIDA, ÉBOLA, DENGUE ou ZIKA.

PIREX – É verdade. Mas se porventura, alguém apresentar queixa contra nós, por desacato à ordem pública e kobar companheiro no meio da rua, eu falo com o Joseph Mohamed Névoa, peço-lhe para reconduzir o Porcariador-Geral, este manda arquivar o processo.

VERGUINHAS – Irá somar aos outros tantos que ele tem lá a cheirar a mofo nas gavetas.

PIREX – Mas não pensemos nisso agora.

VERGUINHAS – Não queres que falemos disso agora, porquê?

PIREX – Vamos concentrar-nos na estratégia de uma eventual defesa.

VERGUINHAS – Ahn, pois é! Só contra ti o Procurador-Geral tem mais de uma dezena de processos na sua gaveta.

PIREX – Psiu! Não viste que alguém pode ouvir?

VERGUINHAS – Desculpa! Mas tens a certeza de que Joseph Mohamed Névoa reconduzirá o Procurador-Geral?

PIREX – Que remédio?! Se ele arriscar nomear um outro Porcariador-Geral, pode pronunciar-lhe e… pelo volume de processos pendentes contra ele, durante os próximos 5 anos não levantará do banco dos Réus.

AGENTE (olha para Pirex) – Então já me perdoou, camarada comandante? (Verguinhas olha para ela com olhos perfurantes) Já me perdoou, senhor Doutorado?

PIREX – A camarada pode ir.

VERGUINHAS – A senhora Agente pode ir. Está perdoada desta vez.

PIREX – Mas não continue a beber desta maneira quando está de serviço.

AGENTE – Hoje estou de folga.

VERGUINHAS (para a Empregada) Não se importe de servir-nos uma rodada, depois venho pagar juntamente com a outra conta?

AGENTE – Eu quero um grogue.

A Empregada serve um grogue a Agente, ela bebe rápido e começa a andar para sair.

EMPREGADA – A senhora Agente ainda não pagou o seu grogue.

AGENTE – Não foi o segundo Ex quem mandou-lhe servir-nos uma rodada?

VERGUINHAS – Eu mandei servir-me a mim e ao Pirex. (Para um pouco) Mas deixe estar. Eu pago a conta dela juntamente com a minha.

AGENTE – Muito obrigada. Então posso pedir mais um?

VERGUINHAS – Se a senhora não sair daqui imediatamente, comunico ao seu chefe do seu comportamento.

A Agente sai rápido, olhando para trás de vez em quando.

EMPREGADA – Agora é que me lembrei: Deve ser aquela rapariga que estava ali sentada, acompanhada daquele puto, que vos roubou a carteira. Ela veio repatriada dos Estados Unidos e é pilon de carteirista.

VERGUINHAS – Mas como é possível?! Eu tinha a minha carteira no bolso de camisa, com colete por cima e casaco em cima do colete.

PIREX – A Minha também estava no bolso interior da balalaica.

EMPREGADA – Ela consegue tirar. E o puto então?!… este rouba carros, ataca as pessoas, assalta casas que nem gato.

PIREX – Estás a ver a falta que os milicianos fizeram? Acabaste com eles!

VERGUINHAS – Mas criei o BIC-BAC. Os Policias de Choque. Também não brincam.

EMPREGADA – Quase todos os dias os Polícias levam esse puto à Esquadra e, por ser menor nem chega a ir ao Tribunal. O tribunal manda-o embora primeiro do que os Polícias que o prenderam. E sai a rir-se dos Polícias.

PIREX – Por causa das leis absurdas que este meu golpista fez.

EMPREGADA – A moça já foi várias vezes flagrada, mas sai do Tribunal apenas com TIR… Termo de Identidade e Residência.

VERGUINHAS – A culpa é dos Juízes que são mal formados e interpretam mal as leis.

EMPREGADA – Juiz mal formado!!! Meu Deus!

VERGUINHAS – São colocados por conveniências políticas e não pela competência profissional. E por isso não se entendem entre si! Viram um Juiz a mandar prender um Diretor-Geral por desobedecer às suas ordens e o outro a libertá-lo?

EMPREGADA – Entretanto, dizem que o Conselho Superior da Magistratura deu razão ao Juiz que mandou prender.

PIREX – (ri-se) E falam mal dos Tribunais Populares! Lá, isso não aconteceria. Esse Diretor-Geral levava uns quantos laques naquilo e aprendia a respeitar a autoridade.

VERGUINHAS – O puto e a put… oh, desculpem! E a moça são irmãos?

PIREX – O Puto não é filho dela?

EMPREGADA – São namorados.

VERGUINHAS – Namorados?!

EMPREGADA – Ela tem vinte e tal anos e o puto pouco mais do que dez

PIREX – A Empregada sabe onde é que eles moram?

EMPREGADA – Moram em lugar nenhum. São como pescadores. Conforme for a maré e onde houver cardume lá estão eles a pescar.

VERGUINHAS – Acho melhor apresentarmos uma queixa à Polícia.

PIREX – E aceitas ser meu advogado?

VERGUINHAS – Claro que aceito. Cobro-te.

PIREX – Quanto?

VERGUINHAS – Cento e cinquenta contos.

PIREX – Poxa! Tudo o que tenho no banco!

VERGUINHAS – Para que eu fosse advogado não foi nada fácil, meu amigo. Passei dez anos na universidade e várias noites arregalado a fazer cábulas.

PIREX – Dez anos?! O curso não é de 5 anos?

VERGUINHAS – E achas dez anos muito?

PIREX – Tu não achas? Dez anos para fazer um curso de cinco?!

VERGUINHAS – Não chumbei muito. Só chumbei uma vez por ano.

PIREX – Agora é que estou a perceber por que és bom advogado! És tão bom advogado como foste bom aluno.

VERGUINHAS – Isto não é da tua conta. Pagas-me 150 contos ou não?

PIREX – Então eles podem ficar com a carteira. Só tinha lá cem escudos!

VERGUINHAS – Que miséria. Um Ex! Na minha tinha quatro contos.

PIREX – Não é meu hábito andar com muito dinheiro. Nunca senti necessidade.

VERGUINHAS – Claro. Se no banco só tens cento e cinquenta contos, não é de admirar que tivesse só cem escudos na carteira.

PIREX – Não ia comprar casa, nem carro, nem pagar alguém para votar em mim.

VERGUINHAS (caçoando) – Como se fosse verdade essa última.

PIREX – E vai apresentar queixa, mas não contes comigo como testemunha.

VERGUINHAS – Ok. Aceito defender-te à borla. Tá fixe?

Pirex ri e vai abraçá-lo.

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