Cultura

A abertura do segundo dia deste certame musical no município de Santa Cruz, interior de Santiago, em homenagem ao funaná, património cultural imaterial nacional, esteve a cargo dos talentos locais, por volta das 00:00 de hoje, com um areal bem composto desde o início.

Seguindo-se os talentos locais, subiu ao palco Tony di Frank, um filho do município de Santa Cruz que diz ter sentido o calor dos festivaleiros que dançaram e cantaram com o artista do início ao fim.

Aliás, um clima que se manteve durante toda a noite até ao amanhecer.

Com um público já aquecido, o artista, uma referência no mundo do Hip Hop Hélio Batalha deu seguimento ao certame, levando o público ao delírio com os temas já conhecidos, como o “imortal”, “fomi di palavra”, “sima nos ka tem”, entre outros sucessos, tendo também cantado a música “deixam bua”, com a Sónia Sousa.

Em declarações à imprensa o artista avançou que esta foi a sua segunda actuação neste palco, reconhecendo e agradecendo o envolvimento e calor transmitido pelo público.

Sobre novidades, Hélio Batalha pediu ao público e fãs para continuarem a apreciar e delicia-se com o seu single recém-lançado, “sima nos ka tem”, uma música que, segundo o mesmo, fala sobre a identidade e a grandeza dos cabo-verdianos e, sem mais detalhes, anunciou que em breve haverá mais novidades.

Por volta das 3:30, Jennifer Dias, que encontrou um público eufórico e bem aquecido, soube aproveitar o clima, cantando e encantando os festivaleiros com os seus temas “love u”, “benka”, “doucement”, “need you so”, entre outros, que além de entoarem, dançaram e vibraram ao som de cada hit.

Ainda, subiu ao palco Garry, que apresentou um repertório misto, entre os antigos e temas mais recentes, e com este alinhamento, o público correspondeu às expectativas, o que levou o artista a se emocionar no palco.

A iniciativa de homenagear o funaná foi “bem vista” pelo artista, que diz esperar que seja feita mais vezes, tendo em conta que é património cultural de Cabo Verde, salientando que todos os artistas, independentemente do estilo musical, nasceram e já encontraram o funaná.

Avançou que está a preparar um álbum para ser lançado em 2025, reforçando que ainda neste verão, vai ser lançado um novo single.

O dia amanheceu com Neyna no palco, artista que, à semelhança dos artistas anteriores, teve um público que a apoiou do início ao fim do seu espectáculo e apresentou aos festivaleiros o seu novo single “ti ki manxi” e que pela vibração provocada deu para ver a aceitação desta nova música.

Minutos antes das 7:00, Matagal assumiu o comando do evento musical e, não obstante, a hora já avançada, conseguiu manter a vibração que os artistas iniciais despertaram nos festivaleiros, permitindo assim o Titio de Belo Freire e Kamoka fechar com "chave de ouro" esta 30ª edição do festival da Praia de Areia Grande.

Os artistas que tiveram a missão de encerrar este evento anunciaram novos trabalhos para breve, sem adiantarem o estilo musical que vão optar.

A avaliação positiva do certame musical foi recíproca, pois os artistas enalteceram e elogiaram o envolvimento do público e o público, embora cada um tenha o seu artista preferido, deu nota positiva a todas as actuações e prova disso é que até o final o local esteve cheio de gente.

Entretanto, alguns dos festivaleiros lamentaram a ausência de alguns artistas, nomeadamente o Leo Pereira, Zé Espanhol, Tony Fika, entre outros, pois entenderam que por se tratar de uma homenagem ao funaná, estes artistas, que têm dado e continuam a dar o seu contributo para enriquecimento deste estilo musical, deviam fazer parte do cartaz.

O civismo e o alto nível de segurança no local também foram exaltados pelo público.

Este evento musical foi organizado para assinalar as festividades do santo padroeiro do município, São Tiago Maior, que terão o seu ponto alto no dia 25 de Julho, com uma procissão e missa em honra ao orago local.