Quem matou Amílcar Cabral naquela noite? / Talvez não importe. / O que importa é quem o deixa morrer hoje.
Quem matou Amílcar Cabral naquela noite sem nome?
Foi a bala que silenciou a voz,
ou o silêncio de quem fechou os olhos?
Foi a traição dos que sorriram nas sombras,
ou a indiferença dos que não lutaram ao sol?
Matamos Cabral todos os dias,
quando esquecemos os caminhos que traçou,
quando calamos as histórias que contou.
Matamos Cabral
quando trocamos a esperança pela apatia,
quando a justiça é deixada à mercê da desordem.
Matamos Cabral
ao vender os sonhos de liberdade,
ao virar as costas à terra que nos nutre.
Quando deixamos a juventude sem rumo,
quando não damos as armas do saber,
matamos Cabral.
Mas Cabral renasce,
quando carregamos o peso da sua memória,
quando plantamos, com as mãos sujas de luta,
os frutos do amanhã.
Ele vive quando ensinamos
que o povo é quem deve erguer-se,
que a liberdade é regada com esforço,
e a terra é mãe de todos nós.
Quem matou Amílcar Cabral naquela noite?
Talvez não importe.
O que importa é quem o deixa morrer hoje.
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