Colunista

        I.            Santa paciência, Senhor Primeiro-ministro, nós, os cabo-verdianos somos um povo humanista, que na grande maioria não se revê nas palavras que dirigiu, ontem, ao Secretário de Estado Americano, Antony Blinken; 

     II.            Parecia um menino que falava a  Antony Blinken, uma criança com medo de represálias do pai, a sua voz tremia de medo, nós não sabemos medo do que será;

  III.            Senhor, Primeiro-ministro, somos um país pequeno, mas somos homens bravos e valentes, não devemos ter medo do gigante imperialista americano; jamais devemos vergar em dignidade, perante o dinheiro do Millennium Challenge Account (MCA);

  IV.            As suas palavras de condenação ao Hamas pelo hediondo crime cometido no dia 7 de outubro de 2023 contra Israel não está livre de censura, quando Israel já matou mais de 5.000 crianças em Gaza e milhares de crianças ficaram feridas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas;

    V.            Senhor Primeiro-ministro,  mais de 25.000 pessoas entre velhos, crianças e mulheres foram mortas por Israel em Gaza, um genocídio, estima-se que Isreal já lançou em bombas sobre Gaza 1,5 bombas atomicas que os americanos lançaram sobre as cidades japonezas em 1945;

  VI.            O povo de Cabo Verde não apoia o genocídio que Israel vem cometendo em Gaza, matando barbaramente as pessoas, que são bombardeadas sem dor e nem piedade;

VII.            O senhor Primeiro-ministro não exprimiu nenhuma preocupação com as pessoas, os palestinos, o que importava para si, era agradar o poderoso americano, como se o universo fosse construído pela América;

VIII.            Perdeu a oportunidade de colocar Cabo Verde no mapa da humanidade, da proteção da vida, da paz e da fraternidade entre os povos;

  IX.            Provavelmente, o Senhor Primeiro-ministro está ao lado do Primeiro-ministro de Israel, o sanguinário, Benjamin Netanyahu, na negação ao direito à existência do Estado da Palestina;

    X.            Mas, não ficaremos surpresos com a sua posição, lembro-lhe a negação ao direito de existência do Estado de Saara Ocidental, uma contradição, uma violação da nossa lei mãe, pois, imagine que os povos em 1975 negassem a existência do Estado de Cabo Verde;

     XI.            Enfim, tenha firmeza na recepção a qualquer governante estrangeiro, seja americano, ou que nacionalidade for, o mundo é de todos, Senhor Primeiro-ministro, não faça um discurso com a voz trêmula, como se tivesse medo do americano;

   XII.            Desta vez, devemos reconhecer que não nos envergonhou com o nível do seu inglês, pois falou a língua oficial de Cabo Verde, outra vez que num evento falou em inglês, o senhor Primeiro-ministro foi motivo de chacota tanto a nível interno, como a nível internacional!

 XIII.            A política externa de Cabo Verde, Senhor Primeiro-ministro, anda em zigue zagues, o caso Alex Saab, entre outros assuntos, tem posto o nome de Cabo Verde em causa, para além de contribuir que os cabo-verdianos sejam alvo no mundo inteiro, em razão do posicionamento do nosso Estado em muitas matérias que devíamos ter uma posição mais pragmática e nunca defensores fanáticos das posições americanas!

 XIV.            O cidadão, Amândio Barbosa Vicente!

Cidade da Praia, 23 de janeiro de 2024.