Perdão, um acto terapêutico
Colunista

Perdão, um acto terapêutico

Várias pesquisas teológicas e científicas, sobretudo na área da psicologia levar-nos-ia para uma única e exclusiva conclusão: Quase todos os problemas pelos quais passamos estão atrelados à falta de perdão. Cientificamente já é do nosso conhecimento que nenhum ser humano tem a capacidade necessária de suportar uma dor seja ela grande ou pequena por um longo período de tempo alimentada por ressentimento, ódio e outros sentimentos negativos albergados na alma.

Tarde ou cedo aquilo que parecia invisível assumirá uma forma gigantesca, causando danos de várias ordens. Quem não perdoa se torna prisioneiro de si mesmo e escravo de si próprio na dimensão mais negativa possível. O acto de perdoar reflecte a grandiosidade da pessoa e o quanto reconhece a sua humanidade. Os que não perdoam vivem a miséria de uma realidade mesquinha, enfadonha e lamentável. Perdoar é cair na categoria do ser humano simples, numa sociedade tão bipolar o aplicativo básico da sobrevivência e do amor é o perdão.

Quase todas as doenças psíquicas estão na origem da falta de perdão, com isso, está mais do que evidente que o perdão é um acto terapêutico. Ultrapassa o campo da religião. A cura de várias patologias depende da forma como lidamos com as nossas frustrações, decepções, perdas e injustiças.Todas essas situações da vida mencionadas estão ligadas directa ou indirectamente à forma como as gerenciamos e os contornos que provocam na nossa mente até gerar o mal interior. Em consequência paraliza a nossa espontaneidade, o nosso contentamento, a liberdade, a alegria e um viver saudável.

Está claro que as nossas emoções podem ser atrofiadas dependendo da gestão que fazemos das vicissitudes da vida, como o abandono das pessoas queridas em quem confiamos, as injustiças de alguém que tanto amavamos, o desprezo de alguém que tanto estimavamos. Fazer a divida gestão de tudo isso pode nos livrar de uma vida triste, amargurada, competitiva pela negativa e sobretudo nos livra de boicotarmos o nosso maior património, a nossa paz interna.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine

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