PAICV diz que Santiago Norte está a abraços com falta de chuva e ausência de políticas públicas
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PAICV diz que Santiago Norte está a abraços com falta de chuva e ausência de políticas públicas

Este é o entendimento do PAICV na Região Política Santiago Norte - chuvas atrasadas, prenúncio de mau ano agrícola, suspensão das obras da barragem de Principal, no concelho de São Miguel (Foto), ausência de políticas públicas voltadas para as potencialidades da região e abandono de mais de 121 mil pessoas que aqui vivem.

O silêncio das autoridades centrais e locais em relação ao atraso das chuvas e consequentemente um plano de emergência para socorrer as famílias a braços com prenúncio de mau ano agrícola, o encerramento das obras de construção da barragem, são os principais pontos abordados pela Comissão Política Santiago Norte do PAICV, em nota de imprensa tornada pública esta semana.

Na referida nota, o PAICV começa por afirmar que quer “partilhar com a sociedade cabo-verdiana a sua preocupação em relação ao estado do ano agrícola, à política da água e ao abandono a que está votada uma região composta por 6 municípios e com uma população estimada em 121 mil pessoas”.

Porquê? Porque entende o maior partido da oposição que, estando Setembro a caminhar para o fim e os campos secos, devem “as autoridades públicas sair em socorro das populações vitimadas pela falta de chuvas, com programas concretos para repor as perdas sofridas e criar as condições básicas para as pessoas continuarem a viver normalmente”.

Os tambarinas remarcam, neste contexto, que “todos os anos em que a chuva escasseia, as autoridades – governo central e local – estudam em conjunto planos de emergência para garantir a empregabilidade no meio rural e o rendimento às famílias”.

O silencia do governo e das câmaras municipais preocupam assim o maior partido da oposição. “As famílias estão abandonadas. Já fizeram o seu investimento nas sementeiras, e tudo aponta que vai ser um investimento frustrado. Todavia, onde estão os poderes públicos?”, questionam os tambarinas, informando que o anterior governo de Cabo Verde construiu 6 barragens na região atendendo ao facto de a agricultura e a pecuária serem os principais sectores do desenvolvimento da região e onde se emprega o maior número de famílias.

Assim sendo, os tambarinas de Santiago Norte dizem não entender porquê que o actual governo do MpD mandou suspender as obras da barragem de Principal sem prestar qualquer cavaco ao concelho de São Miguel, à região Santiago Norte, à ilha de Santiago e ao país”.

Por outro lado, o PAICV estranha ainda o facto deste governo ter engavetado o projecto de construção da barragem de “Rubão Grandi” no concelho de Tarrafal, sem apresentar qualquer alternativa para o sector agrícola neste concelho do Norte de Santiago.

“Não há qualquer informação da parte do governo central sobre o que pretendem com esta região, qual é o seu programa ou projectos para alavancar as suas potencialidades”, adverte para dizer que “todo e qualquer programa de desenvolvimento da região, seja em que domínio for tem que passar impreterivelmente pelo desenvolvimento da agricultura e da pecuária e consequentemente pela mobilização de água, pela empresarialização do sector agrícola e pela agro-indústria”.

Assim, o maior partido da oposição defende que “é muito grave o que está a passar em Santiago Norte”, sugerindo que “quem não investe na mobilização de água, na promoção da agricultura e da pecuária em Santiago Norte, deve ao menos dizer qual o seu programa para a região”.

Recorde-se que o MpD e o seu Governo sempre disseram que o betão, nomeadamente a construção de barragens, não seriam as prioridades do seu programa de trabalho. Esta posição do Governo de Ulisses Correia e Silva foi, com efeito, sempre entendida no sentido de que não se iniciaria novos investimentos em betão, mas que os investimentos já em curso seriam concluídos.

Entretanto, a suspensão das obras de construção da barragem de Principal, assim meio à socapa, veio mostrar que as coisas não são bem assim, e que isto de não se apostar em betão pode ser uma promessa que Ulisses Correia e Silva vai cumprir à risca.

No que se refere ao ano agrícola, o ministro do Desenvolvimento Rural, Gilberto Silva, numa declaração à imprensa na semana passada, disse que ainda é cedo para se pensar no plano B, sem explicar, no entanto, para quando é que seria oportuno falar deste plano.    

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