A carreira política pode ser uma necessidade unânime, pois pertencer a um partido político pressupõe apoio interno ao candidato e apoio/escolha do eleitorado que se identificou com o “charme das promessas ofertas”, que depois ficam quase sempre para serem cumpridas, desprezando pelo jeito o eleitor: “Cheguei ao poder e já não preciso de ti”… Os incumpridores tomam decisões às vezes desnorteadas e portanto, o cargo de chefia necessita e tem sempre apoio de uma equipe de assessoria, para ajudar em tomadas de decisões, mas que infelizmente nem sempre são seguidas correctamente pelos decisores no poder que preocupam-se bastantes vezes, prioritariamente com as agendas partidárias e a teimosia do “posso quero e mando” que se confundem com o interesse público.
Os primeiros cabo-verdianos que atravessaram o Atlântico, rumo oeste, destino América, nos barcos da pesca da baleia, criaram, novas relações socio culturais e económicas, em Cabo Verde, desde os meados do século. XIX e suas poupanças foram, fundamentais para a vida socio económica das suas famílias que ficaram no arquipélago, com repercussão positiva nas mais ilhas desta pequena nação, insular, sem recursos graças às remessas enviadas.
Os primeiros emigrantes cabo-verdianos, cedo familiarizaram-se com os mecanismos, do capitalismo (católico-protestante), graças ao trabalho assalariado, os que regressavam á terra em férias, traziam novidades e utensílios domésticos, do “novo mundo” com o objectivo de melhorar a qualidade de vida, dos seus familiares. A diáspora cabo-verdiana aprendeu nas terras do “tio Sam”, o que a “administração colonial”, não teve capacidade de mostrar, aos nativos destas ilhas: o saber, os mecanismos de produção, do comércio e da poupança…
Outros emigrantes escolheram outros horizontes criando um relacionamento “autóctone intercontinental”, com a África continental, Europa, e as Américas, solidificando a configuração internacional do cabo-verdiano, como “cidadão do mundo”, um povo, uma nação, com um perfil singular, naturalmente provado e manifestado culturalmente, com a instalação da literatura moderna que apareceu nos anos 30 do século XX, pelos intelectuais “CLARIDOSOS”, o nosso perfil foi muitos anos anteriormente também caracterizado, com a prática popular da TABANCA, manifestação social, mutualista, musical e solidária, organizada como um “estado dentro de um estado”, que “amedrontou” o colono que tentou em vão interditar esta manifestação cultural genuína do povo cabo-verdiano, ás mulheres e homens deste pequeno arquipélago de 4033 km2, com uma cultura socio linguista e musical emblemática, originária de vários quadrantes, vivendo um existencialismo núcleo global único, aberto ao mundo como “cidadão universal” aberto ás outras culturas…
A resiliência para nós foi questão de sobrevivência e flagelados por este novo coronavírus que paralisou tudo, travando também a nossa liberdade, o que nos obriga a inventar nova normalidade traçando outros rumos e boas perspectivas, a fim de garantir futuro melhor para a juventude e para as novas gerações. Esta pandemia é um desafio para toda a humanidade e incidente, para Cabo Verde, obrigando a todos os líderes políticos a operarem e instalar uma nova oportunidade para a sociedade cabo-verdiana que viveram condições horríveis nunca antes vividas nestas ilhas durante o ano atípico e arrepiante de 2020, ano referência para uma análise que forneça soluções também para outros males e problemas estruturais que vêm de longa data afectando a maioria dos cabo-verdianos, no país e na diáspora. Ouvi com agrado que a vacina chegará brevemente e a “vacinação” tem de ser generalizada... Cabo Verde não pode ficar de fora nesta fase de controlo da pandemia e como todos os países deste planeta Terra, estamos navegando na mesma crise pandémica sanitária “universal”. Países como o Reino Unido, os Estados Unidos ou Brasil, viveram com uma liderança polêmica, e uma negação inicial da situação e demora na tomada de decisão numa primeira etapa o que me permite afirmar que o resultado de eleições democráticas per se não posiciona necessariamente o melhor candidato perante um país...
A carreira política pode ser uma necessidade unânime, pois pertencer a um partido político pressupõe apoio interno ao candidato e apoio/escolha do eleitorado que se identificou com o “charme das promessas ofertas”, que depois ficam quase sempre para serem cumpridas, desprezando pelo jeito o eleitor: “Cheguei ao poder e já não preciso de ti”… Os incumpridores tomam decisões às vezes desnorteadas e portanto, o cargo de chefia necessita e tem sempre apoio de uma equipe de assessoria, para ajudar em tomadas de decisões, mas que infelizmente nem sempre são seguidas correctamente pelos decisores no poder que preocupam-se bastantes vezes, prioritariamente com as agendas partidárias e a teimosia do “posso quero e mando” que se confundem com o interesse público.
O país está a instalar a nível político o projecto de “equidade de género”. Essa perspectiva de equidade deveria ser instituída mais firmemente a nível local, “mais perto do povo”: somos ilhas e regiões e devemos seguir as margens orientadoras do modelo perspectiva internacional, da ONU, assimilando a “Agenda 2030”. Em 25 de setembro de 2015, 192 países, mais CABO VERDE, se comprometeram com os 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas” e com seus cumprimentos, até 2030. Mas o cumprimento dos “Objectivo 2030” implica vencer muitos desafios, exigindo: vontade política, organização e também financiamento. Nesta área, existem bons exemplos. Por exemplo, no fim de 2020, a China retirou cerca de 5 milhões de pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza, localizadas nas províncias do centro e oeste do país, lugares remotos e comparativamente longe da notoriedade alcançada pelas zonas costeiras do leste deste país gigantesco da Ásia. Essa população viu suas condições de vida melhoradas devido ao desenvolvimento de novas indústrias, melhoria da infraestrutura e aplicação de tecnologias para melhorar as indústrias, entre outras medidas. A verdade é que a China graças a seus múltiplos recursos, conseguiu este feito, uma década antes do esperado. O governo do Lula no Brasil fez também algo semelhante. Aqui em Cabo Verde, não poderemos fazer a mesma coisa, mas a justiça social, se houver vontade política, pode ser realizada. Hoje não é missão impossível ter-se em todas as casas destas nove ilhas povoadas água canalizada e luz elétrica! A nível dos “startups” tecnológico devem surgir soluções e intenções inovadoras como o caso do Catálogo Multimédia 3D Santiago Cabo Verde e outros mais, em todas as ilhas habitadas orientadas para a criação de novas oportunidades para a ajuda á retoma e mudanças socioeconómicas...
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