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Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (III)
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Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (III)

Para esconder o seu fracasso enquanto governante que abandonou o campo e Santiago Norte, Ulisses Correia e Silva tem aparecido na Região para inaugurar um “pacote de medidas” que mais não é do que um atestado de incumprimento para com este setor estratégico desta importante parcela de Cabo verde e da ilha de Santiago. A pouco mais de 2 meses das eleições legislativas, onde o “homem solução” é chamado a prestar contas dos compromissos feitos com o eleitorado, Ulisses Correia e Silva visita Santiago Norte não para inaugurar a grande herança do PAICV – no caso as barragens cheias de águas – mas sim para ofertar alguns equipamentos de rega gota a gota numa tentativa indigna de ludibriar os homens e as mulheres do campo de que tem projetos para o setor.

Conforme dissemos no primeiro artigo sobre a situação social e económica em Santiago Norte, esta que é uma das maiores regiões do país, composta por 6 municípios, com uma população estimada em 121 mil pessoas. A Região é portadora de grandes potencialidades nos domínios da agricultura, pecuária, pesca e turismo, setores esses considerados estratégicos para o seu processo de desenvolvimento.

A atividade principal das famílias na Região é a agricultura, ocupando um espaço central para a economia familiar e contribuindo para a dinamização da economia local. Por exemplo, somente o concelho de Santa Cruz, conhecido como o “celeiro de Cabo Verde”, possui a mais alta taxa (16.2%) da atividade agrícola de regadio do país (MAA, 2015).

Para o setor agrícola, Ulisses Correia e Silva prometeu a Santiago Norte, ou melhor comprometeu, implementar dois compromissos que trariam ganhos diretos para a Região: a criação do Parque Tecnológico de Agropecuária e o aumento da exportação para o mercado nacional e turístico; e, de forma indireta com mais dois outros compromissos com impactos diretos no setor da agricultura: estradas de acesso em toda a região assim como o apoio e infraestruturas para o comércio informal.

Esses compromissos com Santiago Norte não passaram de conversa fiada, para enganar os incautos e os homens e mulheres de boa fé. Ulisses Correia e Silva não cumpriu com a Região. Aliás, o “homem solução” abandonou Santiago Norte à sua própria sorte, abandonou os homens e as mulheres do campo – os agricultores, os criadores de gado, os produtores, os comerciantes e rabidantes, não fez nenhum investimento estratégico muito menos notável para o setor agrícola na Região.

Muito pelo contrário, a dinâmica que o setor vinha conhecendo com a governação do PAICV foi descontinuada. Os investimentos que o governo do PAICV vinha fazendo no setor agrícola foram reduzidos pela governação do MpD e de Ulisses Correia e Silva.

Não obstante a importância deste setor para a sustentabilidade das famílias do meio rural, nota-se através da Figura 1, que os gastos do Estado com a agricultura – que constitui um dos principais meios de vida das famílias rurais – diminuíram consideravelmente desde 2016.

A evolução do investimento na agricultura é um indicador relevante sobre as condições de vida, prosperidade e autonomia das famílias rurais. O investimento na agricultura é importante não somente como medida de prevenção contra a fome, mas também porque os investimentos públicos na agricultura têm grande efeito sobre o crescimento do setor e os retornos sobre o investimento em termos de alívio da pobreza apresentam impactos mais fortes e estáveis quando comparados com outras formas de gastos.

Os gastos do Estado em relação à agricultura diminuíram num período em que os homens e as mulheres do campo mais precisaram do governo para enfrentarem a crise da seca que afetou, particularmente, as famílias rurais.

Os anos de 2017, 2018 e 2019 foram anos de seca severa, e ao invés do governo socorrer os homens e as mulheres do campo, ofereceu-lhes uma mão cheia de nada que foi o Programa de Mitigação da Seca. Este programa não apoiou os agricultores e produtores, não ajudou a salvar o gado e muito menos a mobilizar mais água para a agricultura apesar da maioria das barragens da Região de Santiago Norte estarem cheias de água. E, como consequência, assistimos ao agudizar da situação da vulnerabilidade e autonomização das famílias rurais.

Fica cristalino que o MpD e Ulisses Correia e Silva abandonaram Santiago Norte, ignoraram as grandes potencialidades da Região e esqueceram do mais importante: as famílias – homens e mulheres que labutam e lutam diariamente para prover suas casas e vidas e desenvolver suas comunidades e sua região.

Para esconder o seu fracasso enquanto governante que abandonou o campo e Santiago Norte, Ulisses Correia e Silva tem aparecido na Região para inaugurar um “pacote de medidas” que mais não é do que um atestado de incumprimento para com este setor estratégico desta importante parcela de Cabo verde e da ilha de Santiago.

A pouco mais de 2 meses das eleições legislativas, onde o “homem solução” é chamado a prestar contas dos compromissos feitos com o eleitorado, Ulisses Correia e Silva visita Santiago Norte não para inaugurar a grande herança do PAICV – no caso as barragens cheias de águas – mas sim para ofertar alguns equipamentos de rega gota a gota numa tentativa indigna de ludibriar os homens e as mulheres do campo de que tem projetos para o setor.

A pouco mais de 2 meses das eleições legislativas, onde o “homem solução” é chamado a prestar contas dos compromissos feitos com o eleitorado, Ulisses Correia e Silva foi a Santiago Norte não para inaugurar a grande herança do PAICV para com Santiago Norte – no caso as barragens cheias de águas – mas sim para ofertar alguns equipamentos de rega gota a gota numa tentativa indigna de ludibriar os homens e as mulheres do campo de que tem projetos para o setor.

Mas, os homens e as mulheres do campo, os homens e as mulheres de Santiago Norte não esqueceram e nem esquecerão de que o “homem solução”, que prometeu a felicidade às famílias e aos jovens da Região, os esqueceu e os abandonou por quase cinco anos, e só aparece agora, às vésperas das eleições e em cima dos 90 minutos, a tentar fintar e ludibriar as pessoas da região com mais conversa fiada.

Continua...

 

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SOBRE O AUTOR

Carla Carvalho

Editora e colunista de Santiago Magazine, política, socióloga, professora universitária, pesquisadora em género e desenvolvimento