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MpD só precisa da Praia para negócios. Vereadores recusam pelouros, alegando outros compromisso, outras prioridades!   
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MpD só precisa da Praia para negócios. Vereadores recusam pelouros, alegando outros compromisso, outras prioridades!  

Os vereadores do MpD na Câmara Municipal da Praia recusaram pelouros distribuídos pelo presidente, Francisco Carvalho. E sabe o leitor que desculpas apresentaram? Que tinham outras prioridades, outros compromissos. A posição dos vereadores do MpD é muito clara - Praia não é prioridade. Praia não é compromisso.

Nas eleições autárquicas de 25 de 0utubro de 2020, o PAICV saiu vencedor na Praia. Francisco Carvalho, do PAICV, ganhou Óscar Santos, do MpD. O PAICV conseguiu eleger 4 vereadores, mais o Presidente, que é o cabeça da lista, contra 4 vereadores do MpD.

O empossamento aconteceu 25 dias depois, a 20 de novembro, e nesse dia, Óscar Santos, que logo a seguir pediria suspensão do mandato no cargo de vereador – aguardava-lhe a cobiçada cadeira de governador do Banco de Cabo Verde -, declarava perante os órgãos de comunicação social que os vereadores do MpD assumiriam, a partir daquele momento, o estatuto de oposição à Câmara Municipal da Praia.

Óscar Santos, verdade seja dita, teve a coragem e a honestidade de afirmar, para todos os cabo-verdianos ouvirem, que a capital de Cabo Verde não deveria contar com os vereadores ventoinhas, porque estes iriam trabalhar contra a Câmara Municipal da Praia, orgão executivo colegial do município recém-empossado.

Habituados que efetivamente os cabo-verdianos devem estar com as “rabentolices” dos homens e das mulheres do MpD, mesmo assim queremos crer que certamente ninguém aqui na Praia esperaria uma bomba daquelas, detonada poucos minutos depois do ato público de empossamento, onde todos haviam jurado cumprir com lealdade e zelo as funções que lhes foram confiadas, declarando trabalhar com dedicação e profissionalismo para a satisfação e o desenvolvimento do concelho mais populoso do país.

Foi uma bofetada desferida com violência por um partido – o MpD – que esteve 12 anos no poder na Praia. Certamente que nenhum praiense contaria com uma bofetada daquela dimensão, embora resta sempre o consolo de, eventualmente, a máscara lhe ter caído repentinamente, e não se dando conta do ocorrido, o infeliz do homem acabou por revelar a verdadeira face do MpD, a sua natureza, pois, como se diz entre o povo, a boca é a porta-voz do coração.

Com as declarações do Óscar Santos, ficou evidente para os cabo-verdianos, e particularmente para os residentes na Praia, que o juramento feito pelos 4 vereadores do MpD no ato de empossamento, não é mais do que sino que tine ou metal que soa, ou seja, palavras lançadas ao vento, sem quaisquer vínculos com a verdade e com o desenvolvimento da Praia.

Doze meses e 25 dias se passaram sobre aquela data, e não se conhece uma única proposta, um único movimento, uma única declaração dos vereadores do MpD, enquanto contribuição desse partido, no quadro do juramento feito perante o concelho da Praia e o país.

Mas as omissões e os descasos do MpD para com a Praia não ficam por aqui.

A meio percurso deste primeiro ano de mandato, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Carvalho, viu-se na obrigação de reorganizar e redistribuir os pelouros, na sequência do pedido de suspensão do mandato formulado pela vereadora Dúnia Duarte.

Nesse processo, o presidente Carvalho refez os pelouros e os distribuiu a todos os vereadores. E sabe o leitor o que é que os vereadores do MpD fizeram? Simplesmente recusaram os pelouros. E sabe o leitor que desculpas apresentaram? Que tinham outras prioridades, outros compromissos.

A posição dos vereadores do MpD é muito clara - Praia não é prioridade. Praia não é compromisso.

O MpD, pelas suas palavras, atos e omissões, está a dizer, e a provar a todos os cabo-verdianos, que não tem qualquer compromisso com a Praia, por mais juramentos que faça. As prioridades do MpD são outras, e tudo aquilo que diz ou promete não passa, de facto, de conversas circunstanciais, ou, desculpem a repetição, sino que tine ou metal que soa.

De modo que, o juramento que os vereadores do MpD prestaram no ato de empossamento da Câmara liderada por Francisco Carvalho nada mais é do que um escarnecimento público à honra e à dignidade dos praienses e de toda a nação cabo-verdiana.

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SOBRE O AUTOR

Domingos Cardoso

Editor, jornalista, cronista, colunista de Santiago Magazine