"Jorge Jesus já cancelara o treino em Alcochete"  e  Os Sete Pecados Capitais
Colunista

"Jorge Jesus já cancelara o treino em Alcochete" e Os Sete Pecados Capitais

Tempos e alimentos

shhh…

Oiçam

Caladinhos

O som (…)

Quebradiço

Silente

Alastrando no seu trepidar

Distorce saliente

Nas juntas curvas vazias de tinos

A torpedear p’lo uso oco da mente

A malha frágil da calha

No ágil estiolar

Valha quem não lá caia

Que se vê já feita no estiramento

Atirada no tiro do muito atrevimento

De troncos serrados

Ramos esquartejados

Galhos esmagados

Ao som de botas cardadas e galopantes

A malha cosedura da rede do pescador

Desfia

Como desfiam seus tempos e alimentos

Apodrecida

Desligada dos elementos.

Raphael d’Andrade,

A minha sincera solidariedade para com o TREINADOR e os JOGADORES. Jorge Jesus: O SLB único clube a honrá-lo, respeitá-lo e considerá-lo como um senhor, quando a simples pessoa e profissional é maltratada, humilhada, desrespeitada e agredida fisicamente dentro da sua própria Casa e pelos seus: INACREDITÁVEL que exista em Portugal mentalidades tão daninhas, perversas e prejudiciais. Não é só SCP ou FCP ou SLB. É a SOCIEDADE portuguesa que está enferma e ainda não se apercebeu. São sinais. Tal como as borbulhas antes de lançarem o seu pus aos ventos, elas já contêm a inflamação interior e a infeção já está instalada, esperando somente a oportunidade de vazarem o viscoso líquido peçonhento, de amarelado desmaiado. Coisa nociva à saúde, à comunidade, prejudicial aos bons costumes. É malícia, é maldade!

O Presidente da República de Portugal sente-se vexado. Julgo que qualquer pessoa portuguesa ou que viva intimamente em Portugal sente-se vexada, envergonhada. Bem disse o Presidente Marcelo ao afirmar que “foram acontecimentos graves que não podemos banalizar”.

Luxúria, Ira, Orgulho, Preguiça, Cobiça, Inveja e Gula são considerados os Sete Pecados Capitais que integram, constituindo, assim, as personalidades das criaturas pensantes que vão vagueando hereditária e sucessivamente, registando as suas condutas pelas linhas da História. A tomada de consciência dos nossos defeitos é o ponto de partida para a assumpção de renovação e ressurgimento de novas e melhores pessoas. Sem isso, a bizarria maldosa instaurada continuará!

Pois é, meus senhores e senhoras, dirão e dir-me-ão: - “lá está o chato a repetir-se, a dizer o mesmo, trocando as palavras. É redondo, não fala noutra coisa”. Acrescentaria eu: -“além de falar, só pensa (e pouco faz… que se diga baixinho, para que ninguém nos ouça). Nada mais há a dizer, novos horizontes não se alevantarão no azulão longínquo, novas etapas não surgirão no pedregoso lameiro, enquanto a MENTALIDADE estiver apodrecendo e não se atuar no seu reverso movimento.

Chato, repetitivo, trocador de palavras, mas não o seu sentido semântico, menos ainda a mensagem, procurando, por absurdo que possa parecer, por mais defeitos, deformidades e desconformidades. Sim, redondo como os planetas, planos, achatados ou oblongos. Sim, talvez seja a holografia da repetição! Partimos e regressamos não para os mesmos errados caminhos desviantes, obtusos e coletivamente suicidários. Regressamos para aplicar todo o aprendizado na demanda de novas e corretas caminhadas, provocando, também com isso, o inevitável encontro de outros erros e incorreções. Mas julgo já num outro plano e dimensão moral e ético.

“Quando as normas da sociedade – e portanto a velha pedagogia – aparecerem obsoletas, inevitavelmente se concluirá que é o homem individual, e não essas normas que se desmoronam, a verdadeira medida de todas coisas”[1].

Endiabrou o tempo ou o espaço está tomado por demónios! E até repito-me igualmente nos pensadores, nossos dignos autores. Que até portugueses também o são neste universo de reveses. É a SOCIEDADE portuguesa que está enferma e ainda não se apercebeu.

Esta é a razão fundamental que me faz discordar do senhor Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, quando afirmou que não se recandidataria ao cargo, com os fundamentos invocados ao tempo.

José Gabriel Mariano, 17/05/018

[1] António Sérgio, in Ensaios, Tomo I, 2ª edição, 1949.

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