Um Governo não faz favores, mas sim cumpre o que lhe é devido e obrigado a fazer, nos termos do compromisso eleitoral e da Constituição da República. Tanto mais que tudo o que faz é com o dinheiro do Povo. Deste ponto de vista, e numa linguagem empresarial, o Governo é funcionário do Povo que, por sua vez, é o dono (Patrão) dos recursos do Estado.
Está sendo recorrente ouvir esta narrativa por parte do Governo. Repetidas vezes, vem o executivo dizer que, não fossem as suas ações neste ou naquele aspeto, a situação seria muito grave. E a pergunta que se impõe é esta: Devia, ou podia, o Governo ficar indiferente? Isto é preocupante e se afigura como chantagem, um procedimento inaceitável. O Governo tem que se lembrar que foi eleito, exatamente, para assegurar a boa governação do país. Ao ser eleito, ficou selado um COMPROMISSO entre as partes (o Povo e o Governo). É OBRIGAÇÃO do Governo resolver os problemas e não deixar o Povo sofrer. Sendo assim, tudo o que faz, fá-lo como OBRIGAÇÃO e COMPROMISSO, logo, não pode estar, volta e meia, a vangloriar-se dos seus feitos, como salvador, ou caridoso da pátria. Isto se afigura como um pai que está, permanentemente, a lembrar aos seus filhos de que, não fosse ele, estariam a morrer de fome. Isto é INADEMISSÍVEL!
Um Governo não faz favores, mas sim cumpre o que lhe é devido e obrigado a fazer, nos termos do compromisso eleitoral e da Constituição da República. Tanto mais que tudo o que faz é com o dinheiro do Povo. Deste ponto de vista, e numa linguagem empresarial, o Governo é funcionário do Povo que, por sua vez, é o dono (Patrão) dos recursos do Estado. Ora, é inadmissível que um funcionário esteja, recorrentemente, a dizer ao seu patrão de que, não fosse ele, a empresa estaria em falência, sendo que ele foi contratado, exatamente, para fazer a empresa andar bem.
É claro que a atitude do Governo não é inocente, mas é preocupante, pois quando tem de lembrar, continuamente, de que não fosse o ele, o Povo estaria numa situação muito mais grave, é porque há um grande sentimento de insegurança e fragilidade na ação governativa. Dito de outro modo, o Governo está consciente da sua inefetividade, face aos desafios que se colocam aos cabo-verdianos, numa conjuntura tão difícil como esta. Muitas famílias estão a passar por momentos terríveis de privação de recursos básicos para a sobrevivência, enquanto o Governo se mantem com um elenco GORDO e com duplicações de várias estruturas e serviços, sendo que muitos com o mero objetivo de assegurar o job for de boys.
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