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Amílcar Cabral, a tristeza de um homem!
Colunista

Amílcar Cabral, a tristeza de um homem!

Se no tempo colonial havia exploração do homem pelo homem, em benefício do Estado Colonizador, hoje, a exploração do homem pelo homem têm como beneficiários, os políticos cabo-verdianos que sugam a carne e o sangue do povo, que vive na miséria, em nome de uma mordomia provida pelo Estado de Cabo Verde aos seus dirigentes políticos; Dizendo com Amílcar Cabral, a serpente apenas mudou a cor de pele, se ontem era o homem branco que explorava o homem cabo-verdiano, hoje é o homem mestiço que come a carne e o sangue do homem cabo-verdiano;

"O nosso povo africano sabe muito bem que a serpente pode mudar de pele, mas é sempre uma serpente".

Amílcar Cabral

      i.         Hoje, 20 de janeiro de 2024, 51 anos apos o bárbaro assassinato de Amílcar Cabral, o homem que lutou contra a exploração do homem pelo homem, a independência da Guine e Cabo Verde, e que sonhou o bem-estar social para os povos destes 2 países;

    ii.         Infelizmente, Amílcar Cabral, esteja onde estiver, deve estar triste com o estado de coisas que aconteceu depois da independência da Guiné e de Cabo Verde. Vou ater-me na situação do povo de Cabo Verde, a realidade que conheço melhor, os desafios, o antes e o depois, onde estamos e para onde caminhamos;

   iii.         As dimensões política, económica e social de Cabo Verde:

A) QUANTO À DIMENSÃO POLÍTICA

   iv.         É uma tristeza, a classe dos políticos cabo-verdianos, o afastamento das teorias de Amílcar Cabral é evidente, o servir a pátria foi negado pelos dirigentes políticos de Cabo Verde, a luta pelo bem-estar social do povo é quase uma utopia, atrevo-me a comparar a dominação colonial com a dominação imprimida depois da independência nestes quase 50 anos;

     v.         Não venho aqui endeusar o homem, Amílcar Cabral, todos nós somos portadores de qualidades e defeitos, estou aqui a analisar o pensamento do homem, Amílcar Cabral, o sonho, as teorias deste homem e compará-las com a realidade vivida na política cabo-verdiana, a negação de vários direitos, entre os quais, o direito a uma habitação, o direito à saúde, o direito à segurança pública, o direito ao trabalho, enfim o direito ao bem-estar;

   vi.         Sim, o cabo-verdiano quase que é estrangeiro dentro da sua própria terra, porque a política imprimida vai no sentido de os políticos tirarem vantagens pessoais em quase todos os aspetos da vida em Cabo Verde – prova disso é ver batalhão de agentes da polícia nas ruas da cidade por ocasião de visita dos barcos de cruzeiro, para a proteção dos turistas, mas noutros dias, não se vê nenhum agente da polícia na rua, a fazer o serviço da segurança pública para proteção do cidadão cabo-verdiano;

 vii.         Continuando,

viii.         Se no tempo colonial havia exploração do homem pelo homem, em benefício do Estado Colonizador, hoje, a exploração do homem pelo homem têm como beneficiários, os políticos cabo-verdianos que sugam a carne e o sangue do povo, que vive na miséria, em nome de uma mordomia provida pelo Estado de Cabo Verde aos seus dirigentes políticos;

   ix.         Dizendo com Amílcar Cabral, a serpente apenas mudou a cor de pele, se ontem era o homem branco que explorava o homem cabo-verdiano, hoje é o homem mestiço que come a carne e o sangue do homem cabo-verdiano;

     x.         Na dimensão política, não posso omitir a corrupção dos agentes do Estado de Cabo Verde, que não sei a troco de que moeda, Cabo Verde aparece bem na fotografia da Transparência Internacional, quando ativos do Estado são geridos ao belo prazer dos agentes do Estado, não havendo uma única responsabilização dos políticos pela má gestão dos bens do Estado nestes quase 50 anos da independência de Cabo Verde;

   xi.         Os sinais exteriores da riqueza de certos agentes do Estado denunciam, desde logo, que a corrupção é a origem da riqueza, pois homens que entram pobres na política e saem ricos à custa dos negócios públicos feitos por debaixo da mesa;

 xii.         Continuando a dizer com Amílcar Cabral, a serpente apenas mudou a cor de pele, mas continua a ser serpente!

B) A DIMENSÃO ECONÔMICA – nesta dimensão fico apenas com a questão dos bancos comerciais.

xiii.         A serpente mudou a cor de pele, mas continua a ser serpente e, hoje, não é preciso ter a bandeira portuguesa içada nos edifícios públicos para se ter o poder, a força da economia pode determinar uma nova forma da colonização, embrenhada também na exploração do homem pelo homem, com a prática de baixos salários, quando o lucro dos bancos aumentou em 1200%, no ano 2022, tomando a data base o ano de 2012;

xiv.         Pois, a serpente vai mudando de cor de pele e continua a atacar, e o lucro dos bancos em Cabo Verde configura o apogeu da injustiça social, a falta de igualdade de oportunidade e o incremento das desigualdades sociais, visto que:

a.     Os bancos comerciais usam os fundos públicos do INPS, poupança dos trabalhadores cabo-verdianos, sem pagar juros pelo uso destes mesmos fundos, e estes mesmos bancos praticam juros abusivos sobre os cabo-verdianos – que roubalheira !?;

b.     A prática de um elevado spread bancário, facto que justifica a fortuna que os bancos vêm faturando sobre os cabo-verdianos, o que, por um lado, tem impacto sobre o investimento e a criação de empregos e, por outro lado, impacta sobre a qualidade de vida dos cabo-verdianos;

c.     Outro facto sintomático é obrigar o cidadão a pagar o imposto sobre os juros que os bancos ganham;

d.     Os bancos exploram o povo cabo-verdiano da maneira bárbara e criminosa com a cumplicidade dos dirigentes políticos cabo-verdianos;

e.     Não era este o pensamento de Amílcar Cabral;

C) A DIMENSÃO SOCIAL

  xv.         A pobreza extrema, a miséria, a ignorância, o obscurantismo em pleno ano 2024 depois de Cristo, a falta da laicidade entre assuntos do Estado e assuntos da religião, todos estes fatores constituem o combustível de um amanhã desfavorável para o futuro de Cabo Verde;

xvi.         Não era este ideal que suportou a luta de Amílcar Cabral;

 

 

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