Colunista

“Os jovens são o futuro da humanidade e a esperança das nações” – Papa Bento XVI

Antes de mais, gostaria de endereçar uma especial saudação a todos os jovens do mundo inteiro e particularmente à juventude Cabo-Verdiana, radicada nestas nossas ilhas e na diáspora.

Sim, reitero que a juventude é o futuro de qualquer nação e Cabo Verde não foge a regra. Nós somos o futuro desta nação e o destino deste país está nas nossas mãos. Portanto, se quisermos ter um futuro almejado por todos, temos que nos unir, nos envolver, projetar, repensar e retraçar, hoje, as políticas públicas desta nação nas suas diversas dimensões.

Vejamos que em termos estatísticos, de acordo com os dados de 2018, Cabo Verde tem uma população de 543 767 habitantes e na sua larga maioria jovem, com uma média da idade que ronda os 24 anos. A sua taxa de crescimento populacional situa-se em torno do 1,9 por cento. (https://bit.ly/2XTUx2L)

Como se pode constatar, a maior riqueza nacional é a nossa juventude. Temos uma estrutura etária marcadamente jovem e constituímos um capital humano muito importante para o desenvolvimento do país, pois temos uma classe juvenil com capacitação nas mais diversas áreas do saber.

No entanto, estas ilhas encontram-se estagnadas no desenvolvimento médio baixo porque, no meu ver, a classe juvenil Cabo-Verdiana está a ser subaproveitada e subvalorizada. Ela está à deriva e completamente abandonada pelos nossos atores políticos. Daí a minha preocupação com esta nossa classe, pois ela está frustrada e sem amparo. Deveríamos participar mais na vida política da nação, sermos mais patriotas, progressistas e visionários.

Não podemos deixar que os partidos políticos continuem a promover as suas influências nefastas sobre nós, incutindo políticas do ódio e de vingança, de forma a detonar a imagem daqueles que não alinham com os seus partidos. Limitar a participação juvenil na vida política é sinónimo de egoísmo e de negligência para/com o futuro da nação.

É preciso consciencializarmo-nos uns aos outros, com humildade, tolerância, liberdade e democracia, pois a política é nobre quando o seu exercício é feito com ética, moral e amor, dedicada ao bem comum e pela pátria, na qual o povo é rei e merece ser tratado com respeito e consideração. Temos que continuar a sonhar como jovens, porque somos o futuro desta terra. Podem até restringir os nossos direitos fundamentais como a saúde, a educação, o desporto e a cultura, mas jamais conseguirão interferir na nossa liberdade de pensamento, na nossa escolha de sermos homens e mulheres livres e não nos deixarmos corromper com este sistema promotor de ódio e vingança políticos.

Os sucessivos governos têm sido infelizes quando o assunto é o emprego jovem ou o empreendedorismo juvenil. Há que fazer com que a nossa juventude possa materializar as suas ideias brilhantes, pois são potenciadores de projetos que poderão estar na gaveta. Espero que esta nossa classe encontre uma alternativa que priorize a sua dignidade laboral, proporcionada pelo Estado empreendedor capaz de não desperdiçar este recurso importantíssimo para o progresso. Este sim é o sonho!

Estou a sonhar com a juventude Cabo-verdiana como alternativa de desenvolvimento das ilhas. Para isso acontecer, temos que estar conscientes de que os nossos colegas não são os nossos adversários, mas sim um irmão que connosco lute na busca de melhorias contínuas para todos os Cabo-verdianos. Precisamos marcar a diferença significativa pela qualidade e não pela quantidade.

Termino esta minha reflexão, aproveitando para congratular todos os jovens, em especial aqueles que no passado ou no presente deram e dão fortes contribuições para estas nossas ilhas. Um forte abraço a todos os Cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora!

A luta continua pela voz de um lutador!